A geração atual da Toyota Hilux completa dez anos de mercado em 2025. Houve retoques visuais e mudanças mecânicas ao longo desse período, suficientes para manter a picape média a diesel no topo de seu segmento.
Com a grande capacidade de produção na Argentina associada à predileção do agronegócio pelo modelo, a Hilux teve 23.151 unidades emplacadas no primeiro semestre de 2025. O resultado mostra uma boa vantagem em relação à Ford Ranger, que teve 15.973 licenciamentos no mesmo período. Mas há um ponto que preocupa a montadora japonesa.
Na comparação com o mesmo período de 2024, os dados da Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos) revelam que a picape da Toyota cresceu 3,9% no mercado, enquanto a concorrente da marca americana registrou alta de 25,1% nas vendas.
O avanço da Ranger se deve a características como dirigibilidade e itens tecnológicos, além de ser uma das raras picapes em que é possível viajar no banco traseiro com alguma dignidade. Os japoneses devem chegar nesse nível na próxima geração da Hilux, aguardada para 2026, mas foi preciso se mexer para manter a liderança.
A opção da Toyota foi avaliada na versão SRX, que custa R$ 342.390. Há sete airbags, câmeras que criam uma visão aérea do utilitário nas manobras, capota marítima na caçamba, ajustes elétricos do assento do motorista, frenagem automática em caso de colisão iminente, forração que imita couro e ar-condicionado com duas zonas diferentes de temperatura.
TOYOTA HILUX SRX
Preço: R$ 342.390 (julho/2025)
Motor: diesel, dianteiro, turbo, quatro cilindros, 2.755 cm³
Potência: 204 cv a 3.400 rpm
Torque: 50,9 kgfm a 2.800 rpm
Transmissão: tração 4×4, câmbio automático, seis marchas
Pneus: 265/60 R18
Peso: 2.090 kg
Caçamba: 1.000 litros
Tanque: 80 litros
Comprimento: 5,33 m
Largura: 1,86 m
Altura: 1,82 m
Entre-eixos: 3,09 m
Aceleração (0 a 100 km/h, em segundos): 11
Retomada (80 km/h a 120 km/h, em segundos): 7,4
Consumo urbano (km/l): 11,2
Consumo rodoviário (km/l): 15,4
Autonomia rodoviária (a 90 km/h): 1.232 km
Utilitários desse tipo não foram feitos para correr, mas potência e torque são importantes para transportar carga com segurança em rodovias. Segundo as medições feitas pelo Instituto Mauá de Tecnologia, a Hilux precisou de 11 segundos para ir do zero aos 100 km/h, um bom número diante de seus 2.090 quilos, sem considerar os passageiros e o que vai na caçamba.
O modelo médio da Toyota se destaca na estrada, com rodar firme, bom isolamento acústico e pouca vibração vinda do motor 2.8 (204 cv). Na cidade, buracos e valetas fazem a carroceria chacoalhar bastante, algo esperado de um veículo tão parrudo. A fama de resistente acompanha a picape desde sua primeira geração, lançada no Japão em 1968.
A posição ao volante é um dos pontos que mostram a necessidade de renovação. Por mais que busque o melhor ajuste, o motorista não vai alcançar a comodidade oferecida pelas opções mais atuais disponíveis no mercado, que são a Ford Ranger e a Mitsubishi Triton.
É um sinal dos tempos: as picapes médias se aproximaram dos SUVs de luxo nos últimos anos, o que ajuda a justificar os preços que superam os R$ 300 mil. A Toyota deve dar esse passo na próxima geração, aguardada para 2026. Por enquanto, segue oferecendo a robustez que tanto agrada seu público-alvo.