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Cobre, metal estratégico sob a ameaça das tarifas de Trump – 09/07/2025 – Mercado

Donald Trump ameaçou impor tarifas de 50% às importações de cobre nesta terça-feira (8), uma declaração que agitou os mercados do metal, cujos preços dispararam nos Estados Unidos e caíram em Londres.

Veja as implicações que a medida teria sobre esse metal, crucial para a transição energética.

A demanda por cobre, um metal utilizado na fiação de painéis solares, turbinas eólicas e baterias de veículos elétricos, disparou nos últimos anos, além de seu uso tradicional na construção civil.

Com a eletrificação dos transportes, o crescimento da ineligência artificial (IA) e dos centros de dados, “os Estados Unidos, assim como a China e outras grandes economias, enfrentam uma demanda crescente por eletricidade”, indicou Ole Hansen, do Saxo Bank.

O cobre, um “metal estratégico para a indústria manufatureira e para a produção de equipamentos”, também é importante para a produção “de armas de guerra”, acrescentou Jason Schenker, analista da Prestige Economics.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o consumo mundial de cobre passará de 26 milhões de toneladas em 2023 para quase 33 milhões em 2035, o que representa um aumento de 26%.

A APOSTA DE TRUMP ESTÁ FADADA AO FRACASSO?

No início dos anos 1990, os Estados Unidos praticamente não dependiam de importações de cobre, segundo a Casa Branca. Isso mudou com o tempo, o que “aumentou os riscos para a segurança da cadeia de abastecimento”, declarou a Presidência em fevereiro.

A China, rival econômica dos Estados Unidos, é a maior produtora de cobre refinado (diferente do minério de cobre), mas, como Washington, é uma importadora líquida do metal vermelho, o que limita sua influência no mercado.

Por isso, Ole Hansen considerou que a aplicação de tarifas de 50% “não faz sentido” e prejudicaria principalmente os próprios Estados Unidos ou seus principais fornecedores –Chile, Canadá ou Peru–, que são, além disso, “nações amigas”.

E ainda se deve levar em conta que a capacidade de Washington de aumentar sua produção está longe de ser suficiente, o que poderia levar o presidente Donald Trump a moderar suas declarações, segundo o analista do Saxo Bank.

Por ora, o governo do Chile, país que é o maior produtor mundial de cobre, com quase 25% da oferta global, afirmou que “reage com cautela” aos anúncios de Trump e disse que aguarda uma “comunicação oficial” a respeito.

UMA AMEAÇA REITERADA

Já em março, Donald Trump prometeu que imporia tarifas sobre esse metal, como fez com o alumínio e o aço, sem esperar os resultados de uma investigação iniciada em fevereiro sobre a dependência de Washington das importações de cobre.

O anúncio do presidente fez com que os preços do cobre refinado subissem nos últimos meses, pois compradores americanos optaram por estocar.

Com a medida, Trump espera favorecer e ampliar a produção americana de cobre, que atualmente não cobre nem metade das necessidades desse metal nos Estados Unidos.

RECORDE DE PREÇOS EM NOVA YORK, QUEDA EM LONDRES

Segundo analistas do ING, embora a ameaça expressa por Trump na terça-feira não represente “nenhuma surpresa” para o mercado de cobre, este antecipava uma tarifa de 25%, não de 50%.

Após a declaração do republicano, o cobre chegou a subir cerca de 17% no Comex, mercado de transações de Nova York, e alcançou US$ 5,73 por libra, um recorde.

Em contrapartida, o metal industrial recuou levemente na Bolsa de Metais de Londres (LME), pois fora dos Estados Unidos, a ameaça de novas tarifas é percebida como um fator de baixa nos preços.

A longo prazo, vários analistas consideraram que uma tarifa dessa magnitude poderia frear a demanda americana ao encarecer os custos de abastecimento, o que levaria à queda dos preços mundiais.

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