A gripe aviária fez a exportação de carne de frango cair 22% nos meses de maio e junho, em relação ao ritmo que ela vinha obtendo de janeiro a abril. Nos quatro primeiros meses do ano, as exportações atingiram, em média, 453 mil toneladas mensais.
Entre maio, mês do anúncio da doença, e junho, quando 49 países estavam com algum tipo de restrição às importações brasileiras, a média mensal caiu para 355 mil toneladas. Mesmo com as restrições impostas à carne brasileira, o país terminou o semestre com vendas externas acumuladas de 2,6 milhões de toneladas, 0,5% a mais do que no primeiro semestre de 2024, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).
As principais entidades do setor de proteínas, com base nos dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), consolidaram os dados de exportações deste primeiro semestre. Considerando os produtos “in natura” e os processados, o país colocou 4,8 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de frango no mercado externo, com receitas de US$ 13,8 bilhões no período.
A demanda externa continuou forte, e os preços subiram. Segundo a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), entidade voltada para a carne bovina, os preços médios deste ano estão 12% superiores aos de janeiro a junho de 2024.
O Brasil continua sendo um grande fornecedor de proteína animal para o mundo, e novos mercados estão sendo incorporados à lista de importadores brasileiros. A China mantém a liderança, com a compra de 965 mil toneladas de proteína animal do Brasil neste ano, no valor de US$ 3,98 bilhões. As Filipinas, no entanto, têm-se mostrado um mercado crescente.
De janeiro a junho deste ano, as compras das três principais carnes do Brasil pelos filipinos subiram para 320 mil toneladas, 34% a mais do que em igual período do ano passado. O país asiático já deixou US$ 600 milhões no Brasil com esses produtos neste ano. O aumento ocorre principalmente na compra de carne suína.
No setor de carne bovina, o grande destaque são os países da América do Norte. As exportações brasileiras de carne bovina para a região subiram para 237 mil toneladas no primeiro semestre, 123% a mais do que em igual período do ano passado. As compras vêm praticamente de Estados Unidos e México. Este último elevou as importações para 52 mil toneladas, 189% a mais do que em igual período de 2024. Os Estados Unidos, principais importadores dessa proteína brasileira na região, adquiriram 182 mil toneladas, 112% a mais, segundo a Abiec.
Nos dados da ABPA, os Emirados Árabes Unidos, com a compra de 231 mil toneladas, lideraram as importações de carne de frango do Brasil no semestre. Vieram a seguir, China, Arábia Saudita e Japão.
No setor de carne suína, as Filipinas estão à frente. O país levou 162 mil toneladas de produto brasileiro no primeiro semestre, 92% a mais do que no ano passado. China, Japão, Hong Kong e Chile vieram a seguir.
A Ásia continua sendo o principal destino da carne suína brasileira. Os países da região importaram 464 mil toneladas neste ano, no valor de US$ 1,14 bilhão, aponta a Secex.