/ Jul 09, 2025

Onde o Brasil está no futebol? – 09/07/2025 – PVC

O Fluminense foi o representante brasileiro mais bem-sucedido na Copa do Mundo de Clubes e eliminado com dois gols de um jogador nascido e criado em suas divisões de base.

Nada mais simbólico do que nos separa da Europa em termos de futebol.

João Pedro deixou o Brasil aos 18 anos, destino Watford, por uma daquelas certezas que temos: a única saída para o futebol brasileiro é o aeroporto.

É diferente o Chelsea vencer o Fluminense com um ex-tricolor do que o Real Madrid ter a capacidade econômica de tirar Mbappé do Paris Saint-Germain e enfrentá-lo nas semifinais. O PSG tem Hakimi, formado no Real, teve Sergio Ramos, a quem tirou do Santiago Bernabéu.

Só é globalização se você participa do globo.

No caso do Brasil, segue-se a lógica cruel implantada desde a sentença Bosman. O Chelsea disputou as semifinais com três titulares ingleses, três franceses, dois espanhóis, um português, um argentino, um equatoriano e um brasileiro. Moisés Caicedo, da seleção do Equador, tem passaporte espanhol; João Pedro, italiano.

O atacante brasileiro explicou por que não comemorou os gols contra seu clube de formação: “O Fluminense me criou e me mostrou ao mundo”. Quer dizer muita coisa. Mudou a vida de sua família.

E se Pelé jogasse pelo Benfica contra o Santos, se Zico atuasse pelo Liverpool contra o Flamengo, se Renato Gaúcho fosse do Hamburgo, não do Grêmio, se Raí defendesse o Barcelona, não o São Paulo?

A era João Pedro, passaporte italiano, muda tudo.

Estêvão ainda não tem dupla nacionalidade. Fez gol pelo Palmeiras contra o Chelsea e, no dia seguinte, estava com a delegação inglesa, para dois dias de adaptação, antes de tirar férias e se juntar ao clube em agosto.

Nosso maior deficit, as exportações em massa de talentos precoces, produz outros. Qual a cultura do jogo do Brasil? Nos últimos anos, criticamos Renato Gaúcho por marcar com longas perseguições individuais, como na velha marcação por zona ensinada por Zezé Moreira, técnico da seleção na Copa do Mundo de 1954.

Pois o Chelsea venceu o Fluminense com longas perseguições individuais.

Nosso abismo tático não é tanto dos treinadores. É das arquibancadas e das mesas redondas, embora exista uma dívida de técnicos que escrevam livros e contem suas estratégias, como Abel Ferreira não teve medo de fazer. Nossa cultura é oral.

Prejudicada também por sandices como dizer que o Fluminense jogou mais do que o Chelsea em um ano, sem levar em conta que foram 43 partidas do Flu, depois das férias, contra 63 dos ingleses. Sim, os tricolores disputaram 66 jogos no mesmo período, mas a temporada brasileira começa em janeiro, a europeia começou em agosto passado.

A Copa do Mundo de Clubes nos mostra parecidos com Itália, Portugal, os médios da Espanha e os grandes de França e Alemanha, tirando PSG e Bayern. Deixa a necessidade de não nos conformar. Não vamos ser tão fortes em termos de clubes quanto os ingleses, nem quanto Real Madrid e Barcelona.

Mas, se surgir a liga, com viés econômico, será possível fazer um campeonato mais forte aqui. Não se trata de não vender Neymar aos 21 anos, como aconteceu. Trata-se de não perder João Pedro e Estêvão aos 18.

O Brasil não está parado. Precisa andar mais rapidamente.


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