A Nvidia tornou-se a primeira empresa a atingir um valor de mercado de US$ 4 trilhões (R$ 21,84 trilhões), impulsionada pela rápida recuperação das ações de tecnologia em Wall Street nos últimos meses.
As ações da fabricante de chips de inteligência artificial, com sede no Vale do Silício, subiram 2,8% nesta quarta-feira (9), chegando a US$ 164,36. O grupo já havia superado o recorde de US$ 3,92 trilhões da Apple em dezembro do ano passado, tornando-se a empresa mais valiosa do mundo.
As ações da Nvidia aumentaram mais de 40% desde o início de maio, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizou pela primeira vez um abrandamento em sua guerra comercial com a China e a Nvidia fechou uma série de acordos de chips de vários bilhões de dólares no Oriente Médio.
A empresa foi a mais beneficiada com o boom tecnológico que superou os dias mais intensos da era das pontocom, graças ao seu domínio nos chips que alimentam serviços de inteligência artificial como o ChatGPT, o chatbot da OpenAI que se tornou o aplicativo de crescimento mais rápido de todos os tempos.
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, tem sido otimista em suas previsões de que a IA e a robótica podem gerar trilhões de dólares em vendas para sua empresa nos próximos anos, à medida que as atualizações de seus processadores e infraestrutura de data centers ampliam a vantagem sobre os concorrentes.
Os avanços na IA e as novas fontes de demanda estavam “entrando em turbocompressão”, disse Huang aos investidores em maio, quando a Nvidia relatou um aumento de 70% nas receitas trimestrais.
A fabricante de chips de IA ultrapassou US$ 1 trilhão em valor de mercado há pouco mais de dois anos, meses após o lançamento do ChatGPT desencadear uma corrida por seus processadores entre as grandes empresas de tecnologia e startups de IA que buscavam treinar grandes modelos de linguagem.
As ações da Nvidia atingiram US$ 2 trilhões em fevereiro de 2024 e US$ 3 trilhões em junho do ano passado. Mas o impulso das ações diminuiu no início de 2025, em meio a dúvidas sobre se a demanda dos grupos de IA por seus chips continuaria crescendo, além de preocupações sobre o impacto das tarifas e restrições de exportação da administração Trump para a China.
Esses temores aumentaram quando a startup chinesa DeepSeek lançou um modelo poderoso na virada do ano, que afirmou usar uma fração dos recursos computacionais consumidos por empresas como a OpenAI.
Embora permaneçam limites significativos na capacidade da Nvidia de vender seus chips mais poderosos na China, os investidores esperam que a demanda contínua de grandes clientes de tecnologia dos EUA, bem como os chamados acordos de “IA soberana” na Europa e no Oriente Médio, continuem a impulsionar seu crescimento.
A receita da Nvidia está projetada para atingir quase US$ 200 bilhões este ano, um aumento de 55% em relação ao ano anterior. O lucro líquido de 2025 está previsto em US$ 105 bilhões, de acordo com estimativas de analistas coletadas pela S&P Capital IQ, com margens brutas de mais de 70%.
A confiança na sustentabilidade do boom da IA também foi reforçada pelo forte crescimento de receita em startups líderes como a OpenAI, que disse no mês passado que a receita recorrente anual quase dobrou para US$ 10 bilhões, e a Anthropic, que supostamente atingiu US$ 4 bilhões em vendas na mesma métrica.
“Quanto mais IA, melhor o resultado final”, disse Huang aos analistas no mês passado. “A ausência de IA é a única coisa que me preocupa.”