O chanceler alemão Friedrich Merz disse neste domingo (13) que trabalhará intensamente com o presidente francês, Emmanuel Macron, e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para resolver a escalada da guerra comercial com os Estados Unidos.
“Discuti isso intensamente no fim de semana com Macron e Ursula von der Leyen”, disse Merz à emissora alemã ARD, acrescentando que também conversou com o presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o assunto.
“Queremos usar esse tempo agora, as duas semanas e meia até 1º de agosto, para encontrar uma solução. Estou realmente comprometido com isso”, disse Merz.
O presidente Donald Trump ameaçou no sábado (12) impor uma tarifa de 30% sobre as importações do México e da União Europeia a partir de 1º de agosto, depois que semanas de negociações com os principais parceiros comerciais dos EUA não conseguiram chegar a um acordo comercial abrangente.
Merz disse que a economia alemã seria duramente atingida pelas tarifas e que ele estava fazendo o possível para garantir que as tarifas de 30% dos EUA não fossem impostas.
A unidade na Europa e um diálogo sensato com o presidente norte-americano são necessários agora, disse Merz, embora as contramedidas não devam ser descartadas.
Quando perguntado se ele concordaria com as contra-tarifas propostas pela França, Merz disse: “Sim, mas não antes de 1º de agosto”.
JOGO DE PÔQUER
Um político alemão sênior disse neste domingo que União Europeia e Washington poderiam negociar mais e adiar o aumento das tarifas de importação.
“O jogo de pôquer das negociações entre a UE e os EUA está entrando em sua fase decisiva”, disse à Reuters Juergen Hardt, vice-líder do grupo parlamentar conservador CDU/CSU do chanceler Friedrich Merz no Bundestag.
“Estou apostando que, pelo menos, um acordo parcial e um novo adiamento serão alcançados antes de 1º de agosto. Afinal de contas, as altas tarifas têm de ser pagas pelos cidadãos e empresas americanas e levam ao aumento dos preços e da inflação nos EUA”, disse ele.
Originalmente, Trump impôs uma tarifa de 20% sobre os produtos da UE em abril, mas isso foi suspenso por 90 dias e substituído por uma tarifa básica de 10%.