Em vídeo publicado no Instagram da primeira-dama Janja, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brinca que dará uma jabuticaba a Donald Trump, dos Estados Unidos, para resolver a negociação quanto à sobretaxa de 50% imposta aos produtos brasileiros.
“Vou levar jabuticaba para você, Trump. Você vai perceber que o cara que come jabuticaba de manhã, num país que só ele dá jabuticaba, não precisa de briga tarifária. Precisa de muita união e muita relação diplomática”, afirmou.
No vídeo, ele aparece colhendo frutos de uma jabuticabeira, com um agasalho do Brasil. “Duvido que alguém que chupe jabuticaba fique de mau humor”, brinca Lula.
O petista, que convocou uma reunião às pressas com ministros para este domingo (13), prepara uma ofensiva para dialogar com empresários sobre as tarifas impostas pelos EUA para tentar consolidar no mercado a ideia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o principal culpado pela medida ter sido aplicada.
A ideia é que Lula tenha mais exposição e dê mais entrevistas. Ao detalhar os motivos que justificam a tarifa, Trump citou explicitamente uma represália a decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) contra Bolsonaro.
Para auxiliares do petista, a sobretaxa do Governo dos EUA dá força ao discurso de combate a privilégios encampado pelo governo brasileiro.
A ideia é usar a imagem de Trump como a personificação da injustiça social e do desrespeito à soberania, associando a ele Bolsonaro e também seu afilhado político, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para a disputa presidencial de 2026.
O perfil de Lula no X publicou neste sábado (12) um card com a bandeira do Brasil e assinatura de Lula. “O povo brasileiro precisa ser respeitado”, diz o texto, que também ressalta a soberania e proteção das empresas.
“A justiça brasileira precisa ser respeitada. Somos um país grande, soberano, e de tradições diplomáticas históricas com todos os países. O Brasil vai adotar as medidas necessárias para proteger seu povo e suas empresas”, completa.
Produtos importados pelos EUA do Brasil são sobretaxados atualmente em 10%, tarifa anunciada por Trump em 2 de abril. Ou seja, além das tarifas de importação já cobradas, há uma cobrança adicional de 10%. Essa alíquota será substituída pela de 50% a partir de 1º de agosto.
Um exemplo é o caso do etanol, de acordo com interlocutores. Os americanos impunham uma tarifa de 2,5% ao produto, elevada a 12,5% após a sobretaxa de 10%. Com o novo anúncio, a porcentagem sobe a 52,5% em agosto.
A sobretaxa não é adicionada a produtos que já sofrem tarifas setoriais, como aço e alumínio, sobre os quais há tarifas de 50%.