/ Jun 08, 2025

Empresários elevam pressão sobre governo Lula – 07/06/2025 – Mercado

O empresariado avançou em uma ofensiva contra o apetite arrecadatório do governo Lula neste sábado (7) durante um evento organizado pelo grupo Esfera, de João Camargo, em Guarujá.

O alvo da reação é o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que o governo anunciou no mês passado, medida que gerou indignação e reacendeu as cobranças pelo controle de gastos públicos.

Nomes de peso do PIB, como André Esteves (BTG), Milton Maluhy (Itaú) e Wesley Batista (J&F), desceram para o litoral paulista levando declarações fortes em defesa da disciplina fiscal, que foram pronunciadas no palco ao lado do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, outro crítico do uso do IOF com objetivo arrecadatório.

“Está todo mundo angustiado com isso [problema fiscal], e tem coisas que são meio óbvias. Estamos no all time high [máximo] de programas de transferência de renda, os quais eu sempre defendi. Mas na hora em que estamos no menor desemprego da história, e demanda por mão de obra, parece claro que, de maneira ordenada e com processo educacional, temos de jogar trabalhadores de volta para dentro do mercado de trabalho formal”, disse Esteves.

De acordo com o banqueiro, está sendo criada uma consciência ampla na sociedade de que não há mais espaço para expandir gastos.

“Compara o Brasil com o resto dos países: crescimento do gasto, do déficit nominal está muito alto, muito fora. E quem está achando que gasto é vida, não é verdade. Gasto excessivo é morte”, disse Esteves.

Maluhy abriu sua fala dizendo que a trajetória da dívida é uma preocupação constante no olhar dos investidores.

“Fizemos nossa conferência em Nova York, falando com mais de 600 investidores, 140 empresas listadas, e essa era a tônica de todas as conversas. O ajuste fiscal é necessário e precisa ter coragem para enfrentar. Precisa tirar o engessamento do Orçamento. Precisamos debater medidas estruturantes, que levem o país para uma agenda de mais produtividade, crescimento e estabilidade”, afirmou o presidente do Itaú.

Com um discurso na mesma linha, Wesley Batista pediu engajamento pela causa e também disse que está vendo nascer na sociedade e no meio político um consenso de que o ajuste das contas públicas via receita chegou no limite e é preciso cortar gastos.

“Chegou a hora. Nós temos um encontro com essa conta. Não dá mais. Na receita você não vai fazer o ajuste fiscal. Temos que ser realistas. A renúncia ficou gigantesca. Teve muita coisa que não trouxe o benefício esperado”, afirmou.

O que ele sugere: revisão de renúncias fiscais e gastos nas áreas social, além da reforma administrativa.

“O Brasil precisa apoiar programas sociais e tal, mas faz sentido revê-los. Rever o tamanho, as transições. Você não tem gente nem para trabalhar”, disse o empresário.

Na plateia estavam nomes como Eugênio Mattar (Localiza), Edgard Corona (Smart Fit), Ernesto Pousada (Vibra Energia), Frederico Trajano (Magalu), Cristiano Pinto da Costa (Shell) e José Seripieri Junior (Amil) e Rafael Furlanetti (XP).

Para reforçar o engajamento e o tal consenso que os empresários dizem ver em formação pela defesa do ajuste das contas, o anfitrião João Camargo lançou um QR Code no telão, que levava a um vídeo sobre o assunto. Ele pediu para a plateia copiar o código e divulgar o vídeo nas redes sociais.

O tema repercutiu entre as principais pautas no corredor do evento, onde representantes de entidades empresariais trocavam suas expectativas para a reunião da equipe econômica com parlamentares neste domingo (8).

Já o alinhamento com o Congresso ficou por conta do discurso do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que deu sua contribuição dizendo que “estamos presos a um modelo de Estado que gasta muito, entrega pouco e cobra cada vez mais de quem produz”.

Notícias Recentes

Travel News

Lifestyle News

Fashion News

Copyright 2025 Expressa Noticias – Todos os direitos reservados.