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Europafobia dá as caras na Copa do Mundo de Clubes – 17/06/2025 – Esporte

Frankii é um motorista de Uber, negro, nascido em Nova York, vive e trabalha em Miami. Entrei em seu carro domingo (15), depois da entrevista coletiva do Boca Juniors, no Hard Rock Stadium. Contou-me sua vida, disse gostar de música espanhola, adora viajar.

Concordei. Viagem é o melhor jeito de conhecer outros estilos e culturas. Contei sobre a última Copa do Mundo, no Qatar. Em qualquer lugar do mundo há gente boa e ruim e, antes de tudo, é preciso observar, apreender.

Ele disse: “É verdade, mas menos os árabes. Eles são loucos. Vêm um americano e dizem: eles são maus! Vêm aqui e atiram, bum, bum, bum, bum!” Enquanto falava, fingia ter um rifle nas mãos.

Melhor mudar de assunto, pelo menos em seu carro.

Vamos falar de futebol.

Não é complexo de vira-lata o que se passa hoje entre o futebol do Brasil e da Europa. Se as seleções mantêm seu equilíbrio, desde a invasão de sul-americanos, africanos e asiáticos na Europa o jogo entre clubes ficou desigual.

Uma conta rápida indica que até o bicampeonato mundial do São Paulo, a vantagem sul-americana era 19 a 13.

Hoje, a contabilidade é toda europeia. Depois do jogador belga, Jean Marc Bosman, ganhar sua causa na corte europeia e equiparar todo atleta profissional a qualquer trabalhador com passaporte europeu, os clubes da Europa massacram.

É simples entender. Yan Couto, lateral-direito brasileiro do Borussia Dortmund, adversário do Fluminense na estreia da Copa do Mundo de Clubes, joga com passaporte português. Não é estrangeiro na conta do Campeonato Alemão e dos torneios da Uefa.

O resultado é todo mundo entrar desconfiado de que vai perder para rivais europeus.

Até o último título mundial da América do Sul, do Corinthians, foi conquistado defendendo mais do que atacando. No passado, Santos, Flamengo, Grêmio, São Paulo ganharam mundiais de clubes ousando no ataque.

A tática era a única chance dos europeus. Hoje, o inverso.

O Flamengo tentará atacar o Chelsea na sexta-feira (20), como fez contra o Liverpool, em Doha, seis anos atrás. Pode vencer. Fazer todo mundo do lado de cá do Oceano acreditar nisso é mais difícil.

A disputa é para saber quem esteve mais perto de quebrar a hegemonia europeia. O Flamengo de 2019, que encarou de frente o Liverpool e perdeu por 1 a 0? Ou o Palmeiras, cuja derrota para o Chelsea por 2 a 1 aconteceu com gol de pênalti quando faltavam três minutos para o fim da prorrogação.

A briga é para saber quem sofreu menos.

Até quando o Palmeiras empata, diz-se que fracassou por ser contra o pior representante europeu. A rigor, o pior da temporada foi o Salzburg, 34º colocado na primeira fase da Liga dos Campeões.

Frankii e seu medo dos povos árabes é resultado de uma política que se espalhou o que hoje se chama islamofobia. Vem de longe, especialmente do 11 de setembro de 2001, o ataque aéreo ao World Trade Center.

O futebol de clubes do Brasil precisa aprender a lidar com a “europafobia”. É o medo de enfrentar rivais europeus. Nenhum dos dois pré conceitos deve persistir. Ambos se apoiam em fatos acontecidos no passado recente.

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