A Casa Branca disse nesta terça-feira (17) que permitirá que o TikTok continue operando nos EUA por mais 90 dias, estendendo o prazo para que sua proprietária chinesa se desfaça de uma participação no aplicativo para satisfazer a lei americana.
“O presidente [Donald] Trump assinará um decreto adicional nesta semana para manter o TikTok funcionando”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. “Como ele disse muitas vezes, o presidente Trump não quer que o TikTok seja desativado”.
“Essa extensão durará 90 dias, período que o governo usará para garantir que este acordo seja fechado para que o povo americano possa continuar a usar o TikTok com a garantia de que seus dados estão seguros e protegidos.”
O Congresso americano aprovou no ano passado uma lei para forçar a chinesa ByteDance, dona do TikTok, a vender o aplicativo ou enfrentar uma proibição nos EUA.
Trump prometeu “salvar” o aplicativo e já estendeu o prazo duas vezes —primeiro de janeiro para abril, e depois de abril para 19 de junho— após não conseguir fechar um acordo, que requer aprovação da China.
Antes do prazo de abril, a Casa Branca estava prestes a fechar um acordo que separaria o TikTok da ByteDance e criaria uma empresa americana para receber novos investimentos, diluindo as participações dos investidores chineses.
Sob os termos desse acordo, investidores, incluindo Andreessen Horowitz e Blackstone, teriam cerca de metade do negócio do TikTok nos EUA, enquanto grandes investidores existentes, incluindo General Atlantic, Susquehanna e KKR, deteriam cerca de 30% da nova entidade.
O Financial Times informou anteriormente que a Casa Branca havia considerado outros potenciais investidores externos, incluindo a estrela de mídia de direita Tucker Carlson.
A ByteDance informou à Casa Branca e aos investidores que Pequim estava disposta a aprovar o acordo, segundo um interlocutor a par do assunto. Mas depois que Trump anunciou tarifas sobre a China e outros países em 2 de abril, a ByteDance informou aos investidores que Pequim havia rescindido sua aprovação.
A Casa Branca estava esperando que as tensões comerciais entre EUA e China diminuíssem antes de tentar ressuscitar o acordo, segundo a pessoa.
Em 2020, durante seu primeiro mandato como presidente, Trump agiu para bloquear o TikTok, escrevendo em um decreto que a coleta de dados do aplicativo “ameaça permitir que o Partido Comunista Chinês tenha acesso a informações pessoais e proprietárias dos americanos”.
No entanto, Trump mudou sua abordagem em relação à plataforma depois de usá-la para alcançar eleitores mais jovens na eleição de 2024. Em maio, Trump disse à NBC que “há um pequeno lugar especial em meu coração para o TikTok”.