A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta quarta-feira (18) que a estatal “vai fazer muito esforço” para pagar dividendos extraordinários este ano, mas que o pagamento dependerá da evolução do preço do petróleo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na semana passada que negocia dividendos extraordinários de estatais para cumprir a meta fiscal do ano, levando as ações da Petrobras a alta nas Bolsas de Valores.
“Quanto a dividendos extraordinários, estou de dedos cruzados, tomara que a gente consiga, vou fazer muito esforço para a gente fazer isso”, disse a presidente da Petrobras em entrevista nesta quarta, sem citar Haddad.
Ao fim do encontro, porém, ela condicionou o sucesso nesta missão à evolução do preço do petróleo, que despencou em abril após o início da tarifaço presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas se recupera após o início da guerra no Oriente Médio.
Antes da recuperação, a empresa havia iniciado um programa de corte de custos para adequar os gastos à nova realidade de preços de petróleo. Magda diz que o esforço continua, apesar da alta recente.
A busca de Haddad por recursos vem sofrendo diversas derrotas no Congresso e repercussões negativas no mercado e junto à opinião pública, como no caso da elevação da tarifa do IOF.
O governo estuda medidas arrecadatórias também com impacto negativo sobre o setor de petróleo, que poderiam, inclusive, afetar os dividendos da Petrobras.
São propostas apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que estimou conseguir levantar R$ 35 bilhões com algumas medidas no setor de petróleo.
Entre elas, estão o aumento da cobrança de participação especial sobre o campo de Tupi, o maior do país, e a revisão do preço de referência para o cálculo de royalties sobre a produção de petróleo.
Em ambos os casos, a Petrobras perderia receita: é a sócia com maior participação no campo de Tupi e, como maior pagadora de royalties do país, terá que gastar mais com a antecipação da revisão do preço de referência.
Magda afirmou que a Petrobras segue as regras do país, mas entende que qualquer mudança sobre a participação especial deve valer apenas para novos contratos.
“Entendemos que temos um país que zela pela segurança jurídica e pela estabilidade e respeito aos contratos. Se houver nova legislação, a gente entende que ela não retroage”, afirmou.