Com sede em Londres, a empresa de tecnologia financeira Wise tem uma história bem parecida com a maioria das startups.
Criada em 2011 por dois jovens da Estônia, Taavet Hinrikus e Kristo Käärmann, que tomaram para si a missão de simplificar e baratear as transferências internacionais, foi dando tão certo que evoluiu para uma conta digital completa.
Hoje, os clientes podem poupar em 49 moedas diferentes, convertê-las de forma automática pela taxa de câmbio comercial e ainda fazer pagamentos, com cartão de débito, em 160 países.
No finzinho do ano passado, outro lançamento da dupla sacudiu o mercado: a Wise Empresas, conta global para pessoas jurídicas, disponível para microempreendedores que precisam fazer transações internacionais.
Eles podem pagar fornecedores, receber pagamentos e têm à disposição um cartão de débito internacional vinculado à conta, que cobra apenas 1,1% de IOF —nos cartões de crédito internacionais, o Imposto sobre Operações Financeiras é de 3,38%.
Tantas novidades não demoraram a se popularizar na carteira dos viajantes. Segundo a Wise, cerca de 13 milhões de pessoas e microempresas usaram seus serviços em 2024. O Brasil, onde a empresa atua desde 2016 e mantém escritório em São Paulo, já está entre os seus cinco maiores mercados.
A facilidade de acesso —a conta digital é aberta sem burocracia, com apenas três passos, sem cobrança de tarifa mensal— e a conveniência para aquele perfil de cliente que tem rodinhas nos pés e vive pulando de um país para outro renderam à Wise uma dupla vitória na edição 2025 da pesquisa Viaja São Paulo.
Na estreia da categoria melhor conta internacional, a plataforma foi citada por 11% dos entrevistados paulistanos das classes A e B. Na categoria melhor casa de câmbio, a Wise também foi mencionada como a preferida, com 7% das menções espontâneas. Em cinco edições, sendo que apenas duas delas foram realizadas após a criação da Wise, esta foi a primeira vitória da marca.
Na plataforma e no material publicitário da Wise, a transparência é anunciada como um dos grandes trunfos dos serviços prestados. Estudo encomendado à consultoria norte-americana Edgar, Dunn & Company, realizado entre setembro e novembro de 2024, demonstrou que os brasileiros gastaram 14,19% a mais do que os valores efetivamente pagos —uma gordura praticamente invisível chamada de “tarifas ocultas”.
Em cinco anos, emenda o relatório, as tarifas que os consumidores brasileiros pagam sem notar podem chegar a 5,5 bilhões de dólares.
Segundo Ricardo Amaral, diretor geral da Wise para o Brasil e líder de parcerias bancárias e expansão para América Latina, essas despesas costumam estar escondidas nas letras miúdas dos contratos, mas também podem ser adicionadas na última hora ou agrupadas com outros custos, justamente com o objetivo de confundir.
“Na Wise, temos o compromisso de usar a taxa de câmbio média do mercado e de mostrar todas as tarifas de forma transparente aos clientes, desde o início de qualquer transação. Acreditamos que a transparência capacita o usuário a tomar decisões e escolher serviços, além de fomentar uma competição saudável entre os provedores”, defende o executivo.