Quando a ideia é curtir a neve, a Suíça sempre esteve entre as opções internacionais favoritas dos paulistanos. Mas nesta edição da pesquisa Viaja SP, o país aparece pela primeira vez isolado na liderança, como melhor destino internacional de inverno, com 15% dos votos —superando o Chile num geral, Bariloche em específico e também o Canadá, que nas últimas edições da pesquisa sempre estiveram empatados tecnicamente.
Mesmo sendo um destino caro até para quem está acostumado a viajar para fora do país, não é difícil entender por que a Suíça não sai do imaginário do paulistano. Afinal, é lá que estão os famosos alpes, com suas paisagens tão acidentadas quanto monumentais, águas das mais puras que há e, é claro, uma infinidade de atividades para quem quer brincar na neve.
No cantão de Valais, na fronteira com a Itália, fica Zermatt, o mais emblemático entre os destinos de inverno suíço graças à onipresença do Matterhorn (a montanha de silhueta triangular, famosa também pela embalagem do chocolate Toblerone) nas suas paisagens. Uma das mais recentes novidades por lá é o Alpine Crossing, um teleférico circunda o Matterhorn, ligando o Glacier Paradise, a estação de montanha mais alta da Europa, à estação Testa Grigia, em Cervinia, outro resort de ski, já na Itália —no auge do inverno, a viagem de ida e volta custa 250 francos (cerca de R$ 1700).
Do outro lado do país, unida à Zermatt pelo concorridíssimo trem panorâmico Glacier Express, fica St. Moritz, onde começou essa fama da Suíça como um destino de inverno -afinal, até então, os alpes eram um destino de caminhadas cênicas no verão. Até que, em 1864, o gerente de um hotel convidou um grupo de ingleses endinheirados a voltar à St Moritz no inverno. Eles voltaram, gostaram, e espalharam pela Europa a notícia de que os Alpes eram uma boa o ano todo, inclusive no inverno.
Hoje, mais de 160 anos depois, o órgão turismo da Suíça —aberto naquele mesmo ano— tenta convencer os turistas do contrário: de que vale visitar o país, seja nos vales ou nos alpes, inclusive no verão, quando o branco da neve dá lugar ao verde da vegetação e, de fato, é possível fazer agradáveis caminhadas por entre as montanhas vestindo apenas calça, camiseta e corta-vento, e até mesmo beber água das mais puras, direto das geleiras.
O órgão também trabalha na divulgação de pequenas vilas, bem menos famosas que Zermatt e St. Moritz, mas que também abriga atrativos belíssimos – e não só os naturais.
Na minúscula Bettmeralp, por exemplo, de apenas 450 habitantes, o Matterhorn está bem longe na paisagem mas, em compensação, vê-se bem de perto a Aletsch, a maior geleira dos Alpes, cujas trilhas dão uma paz terrível, mas também permitem vislumbrar o começo do fim do mundo, dado o tanto de gelo que já não está mais ali.
Já nos arredores do lago Lucerna, desde 2017 é possível ir da pequena Schwyz até a vila alpina de Stoos usando o Stoosbahn, o funicular mais íngreme do mundo, que vence uma elevação de quase 800 metros em apenas cinco minutos, com uma inclinação que chega a 110% (47 graus). Ele faz parte da rede da SBB, o sistema de trens da Suíça e, por isso, é gratuito para quem tem o Swiss Travel Pass, um passe com o qual turistas usufruem de viagens ilimitadas em qualquer ônibus, barco ou trem da país (inclusive os panorâmicos) por um valor fixo. O passe, aliás, é uma ótima maneira de fazer a viagem a um dos países mais caros da Europa doer um pouco menos no bolso.