Presidente nacional do PDT, o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi diz que a bancada do partido na Câmara reforçou sua independência com relação ao governo Lula, ao votar em peso pela derrubada do decreto presidencial do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Foram 14 votos contra o governo e 1 uma deputada que não votou, a mineira Duda Salabert. Ninguém apoiou a manutenção do decreto.
“Ali tem um pouco da solidariedade parlamentar, tem uma insatisfação da bancada com espaços de governo e com a questão das emendas. Se uniram todos para dar o recado”, disse Lupi, que deixou o ministério após o surgimento das denúncias de irregularidades nos descontos de benefícios previdenciários.
Apesar disso, ele diz que, se fosse deputado, teria votado com o governo. “Não estou dizendo que é correto [derrubar o decreto], eu não faria. É justo cobrar de quem ganha mais”, afirmou.
Segundo Lupi, a atitude da bancada não significa que a postura do PDT tenha sido de oposição. “Oposição jamais. O que a bancada busca muito é ter independência”.
O ex-ministro afirma que esse posicionamento deve balizar a discussão sobre o apoio formal da legenda à reeleição de Lula, no ano que vem, e que ainda é cedo para o partido tomar uma decisão. “Cada tempo o seu sofrimento, cada dia a sua agonia, não é o momento de decisão”, declarou.
