/ Jun 28, 2025

Europeus não valorizam a Copa do Mundo de Clubes. E daí? – 27/06/2025 – Marina Izidro

Começam neste sábado (28) as oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes aqui nos Estados Unidos. Todos os brasileiros –Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo– se classificaram, com só uma derrota em 12 jogos. Pep Guardiola, Xabi Alonso e Luis Enrique os elogiaram. A imprensa internacional diz que confrontos entre europeus e sul-americanos são os mais empolgantes. O torneio é vitrine mundial para jogadores e clubes.

Mesmo assim, há quem se sinta extremamente incomodado com a (pouca) importância que europeus dão à competição, com reações que vão de debates acalorados a ofensas a jornalistas que apenas relatam fatos. Sim, eles consideram a Copa do Mundo de Clubes inferior a seus campeonatos domésticos, como Premier League, ou à Liga dos Campeões. E daí?

Converso com amigos ingleses, e nenhum, nem seus amigos, está assistindo. Ao fim da temporada de clubes, há fadiga de futebol na Inglaterra. Tem críquete na TV, vai começar o Torneio de Wimbledon. A maioria dos pubs nem passa as partidas. É um fato.

Mesmo assim, o repórter João Castelo Branco, da ESPN, foi atacado nas redes sociais por quem não se conformou com uma reportagem mostrando pubs vazios em Londres antes de Flamengo x Chelsea, com depoimentos de ingleses desinteressados. Trata-se de apuração jornalística profissional. Outro fato.

O calor afeta mais, sim, quem joga na Europa, e quem diz isso são jogadores que estão aqui e especialistas no assunto. Há desgaste físico e mental ao fim da temporada.

Só que o torcedor não precisa se ressentir, como se tudo isso desmerecesse seu time. Não desmerece.

Não sei se é o tal complexo de vira-lata que, inconscientemente, faz com que nos vejamos menores diante do “primeiro mundo”, dependendo do reconhecimento de europeus para nos sentir valorizados. No futebol e na vida, não temos que depender da validação do outro para determinar o que tem importância para nós.

Torcedores brasileiros dão cor ao torneio. Seus times venceram potências como PSG e Chelsea. O mundo olha com admiração para um país exportador de talentos. Esses também são fatos.

Futebol, para quem torce, deve ser entretenimento. Para quem é gestor, o Mundial pode servir de lição de como o esporte brasileiro poderia ser ainda melhor, fosse mais organizado.

Duas mulheres do esporte merecem ser lembradas e reconhecidas nesta semana.

Kirsty Coventry, ex-nadadora do Zimbábue, tomou posse como presidente do Comitê Olímpico Internacional. É a primeira mulher e primeira pessoa africana a ocupar o cargo em 131 anos de existência da entidade.

Já Faith Kipyegon, tricampeã olímpica dos 1.500 m, tentou se tornar a primeira mulher a correr a distância da milha (1,61 km) em menos de quatro minutos. Completou o percurso em 4min06s42, 1s22 mais rápido do que seu recorde mundial. O tempo não será homologado pela World Athletics porque foi em evento não oficial e a queniana teve homens entre os coelhos –atletas que ajudam a ditar o ritmo. Kipyegon disse que vai tentar de novo e inspirou corredoras pelo mundo, inclusive esta amadora que vos escreve. Afinal, o pior resultado é nem sequer tentar.

A colunista está nos Estados Unidos como integrante da organização responsável pela transmissão oficial da Copa do Mundo de Clubes


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