Os economistas ouvidos pelo Banco Central reduziram a projeção para a inflação brasileira neste ano pela quinta semana consecutiva, mantendo a previsão para a alta dos preços em 2026, enquanto também subiram a expectativa em relação ao crescimento da economia no próximo ano, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (30).
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para a inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), é de 5,2% ao fim deste ano, abaixo da previsão de 5,24% na pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a alta dos preços no país foi mantida em 4,50%.
O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
As mudanças ocorreram na esteira da divulgação de números do IPCA-15 de junho na quinta-feira (26). O índice subiu 0,26%, após alta de 0,36% em maio, resultado que ficou pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,30%. Nos 12 meses até junho, o IPCA-15 acumulou alta de 5,27%, de 5,40% em maio e ante projeção de economistas de 5,31%.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o PIB (Produto Interno Brasileiro) suba 1,87% no próximo ano, acima da projeção de crescimento de 1,85% na semana anterior. Em 2025, a expectativa para a expansão econômica ficou inalterada em 2,21%.
Sobre a política monetária do Banco Central, houve manutenção na expectativa para a taxa básica de juros neste ano e no próximo. A mediana das projeções para a Selic ao final de 2025 é de 15%, enquanto para o término de 2026 a previsão é de que a taxa atinja 12,5%, no que foi a 22ª semana consecutiva de manutenção desse patamar. No momento, a Selic se encontra em 15% ao ano.
No Focus desta segunda, houve ainda redução nas expectativas para o preço do dólar no final de 2025, a R$ 5,70, de R$ 5,72 anteriormente, e de 2026, a R$ 5,79, ante R$ 5,80 há uma semana.
A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 11,2% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários dos Estados Unidos.