/ Jul 05, 2025

Governo lança Plano Safra em ano de pouco dinheiro – 01/07/2025 – Vaivém

Em um ano de cenário interno complicado para o agronegócio e avanço de crises geopolíticas externas, o governo lança mais um Plano Safra. A estimativa de crédito é de R$ 605 bilhões para custeio, comercialização e investimentos nos próximos 12 meses, conforme divulgação desta terça-feira (1).

A agricultura familiar fica com R$ 89 bilhões, e a empresarial, com R$ 516 bilhões. Para o governo é um plano robusto e recorde. Para políticos e parte do setor, nem tanto, uma vez que os custos são crescentes e o valor a ser liberado não cobre a inflação do período. Além disso, boa parte da programação de crédito acaba não chegando ao setor.

Essas discussões já estavam previstas mesmo antes do anúncio. Diante de um contexto de recessão orçamentária, taxas de juros elevadas, fatores externos influenciando preços de commodities e custos de produção, o setor não ia passar ileso a esse cenário.

Essas dificuldades não são exclusividade do Brasil. A última Farm Bill, programa que determina a política agrícola americana, foi aprovada ainda no primeiro governo de Donald Trump. Durante todo o governo de Joe Biden, e agora também no novo mandato de Trump, democratas e republicanos não chegam a um acordo sobre cortes e prioridades para o setor.

Lá, como aqui, a bonança dos anos recentes passou, e os preços estão retornando a patamares médios, conforme demanda e produção no mundo.

Para Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, foi um desafio montar esse Plano Safra, devido ao aumento da Selic de 10,5%, há um ano, para 15% agora. Essa taxa de juros reduz investimentos na poupança e retira parte do dinheiro destinado à agropecuária.

Mesmo assim, ele destaca que os recursos destinados aos produtores neste plano de 2025/26 superam em 42% os do último plano do governo anterior. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a soma dos três últimos planos atingiu R$ 1,72 trilhão, acima dos R$ 885 bilhões dos três planos do governo anterior.

Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), diz que o que preocupa é a forma como esse plano foi apresentado diante de crises políticas, aumentos de fretes e desaceleração da economia. É um cenário bem diverso para a condução da próxima safra, afirma.

Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA (F rente Parlamentar da Agricultura), diz que esse cenário de juro recorde provocado pelos gastos excessivos do governo deixa um saldo de custos de R$ 58 bilhões para o produtor.

O parlamentar não foi muito convincente, no entanto, quando perguntado sobre o papel do Congresso nesse aumento de gastos, elevando salários e aumentando o número de deputados.

Uma grande ausência no programa do governo para o Plano Safra de 2025/26 foi uma definição para o seguro rural. Em um período de aumento de catástrofes climáticas, o setor depende cada vez mais de uma política clara sobre o assunto.

O plano para a agricultura familiar destinará R$ 89 bilhões nesta safra 2025/26 para o setor. Deste volume, R$ 78,2 bilhões irão para o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). O restante será para garantia de safra e investimentos.

As taxas de juros basicamente foram mantidas, ficando em 3% ao ano para a produção de alimentos e em 2% quando voltadas para a produção de produtos orgânicos e agroecológicos.

A chamada agricultura empresarial terá R$ 516,2 bilhões, com R$ 414,7 bilhões para custeio e comercialização e R$ 101,5 bilhões para investimentos. A taxa de juro para o setor sobe de 1,5 ponto percentual a 2 pontos percentuais.

Pronamp, programa de apoio ao médio produtor, que tinha taxa de 8% no plano passado, terá 10% neste. O RenoAgro sobe de 8,5% para 10%; o Moderfrota, de 11,5% para 13,5%, e o custeio empresarial, de 12% para 14%.


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