A inflação na alimentação segue persistente no estado de São Paulo e é o que mais pesa no bolso dos paulistas, na contramão do restante do país, que viu um alívio no item em maio segundo os últimos dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), divulgados pelo IBGE.
Em maio, a inflação de alimentos acumulou alta de 9,05% em 12 meses no estado, segundo dados da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), enquanto no índice nacional essa elevação ficou em 3,88%. Esse é o maior patamar de preços do item em SP no acumulado de um ano desde dezembro de 2023.
Com isso, alta o custo de vida dos paulistanos subiu 6% em 12 meses. Em maio, a alta foi de 0,24%.
Dentre os alimentos consumidos em casa, o café moído segue sendo o principal destaque, com aumento de 7,3% no mês e de 72,72% em 12 meses. Também registraram altas o leite longa vida (3%), o chocolate (4,4%) e o corte de acém (4%), produtos importantes na cesta de consumo dos brasileiros.
Na alimentação fora do lar, refeições em bares e restaurantes seguiram a tendência de alta nacional e subiram 0,9%.
Pobres são mais afetados
Na divisão por classe, a E é a mais penalizada pela inflação de alimentos, com uma alta acumulada de pouco mais de 10%, ante 8,74% e 8,75% para as classes B e A, respectivamente.
Com isso, o índice geral também corrói mais a renda da população pobre. As famílias de renda mais baixa tiveram variação de 6,56% nos preços, enquanto a classe A, de 5,68%.
Itens de saúde ficaram em segundo lugar entre os que mais pesaram na inflação no mês, com avanço de 0,87% (e 3,59% em 12 meses), adicionando ainda mais pressão sobre a população pobre.
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS) levantado pela FecomercioSP é formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), e utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE.
O levantamento contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo.
Com Stéfanie Rigamonti