/ Jul 04, 2025

Barroso/IOF: acordo é ideal, mas STF decidirá se preciso – 03/07/2025 – C-Level Plano Brasília

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, disse que é melhor o tribunal buscar resolver o problema da derrubada do decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de maneira consensual do que pela via do litígio.

“Vejo com naturalidade e até como desejável que as soluções sejam consensuais quando seja possível. Se não for possível, a gente decide”, disse ao C-Level Entrevista, novo videocast semanal da Folha.

Na terça-feira (1), a AGU (Advocacia-Geral da União) encaminhou uma ação ao STF com pedido de declaração de constitucionalidade do decreto presidencial que alterou as alíquotas do IOF.

O Supremo vai decidir, como decide tudo, interpretando e aplicando a Constituição da melhor forma possível, e se houver possibilidade de uma solução consensual, melhor ainda. Mas essas são as opções que ainda não foram estudadas”, adiantou.

Como mostrou a Folha, ministros do STF avaliam a possibilidade de assumir a costura de uma conciliação entre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a cúpula do Congresso. O ministro Alexandre de Moraes será o relator da ação do governo federal, conforme determinação de Barroso.

O presidente do STF avaliou ainda que é equivocada a percepção popular de que a corte “se mete em tudo”, e afirmou que o papel do Judiciário é resolver os problemas de maneira consensual.

“Na verdade, tem sempre algum ator institucional relevante que traz o Supremo para essas discussões e pede para ele arbitrar essas demandas, e a gente decide as questões mais divisivas da sociedade brasileira. Estamos sempre desagradando a alguém”, ressaltou.

“Se você puder resolver os problemas de maneira consensual, é melhor do que fazer de uma forma que um ganhe e o outro perde.” Para o presidente do STF, é desejável, no caso do decreto do IOF, que cada um conceda o que seja possível.

O presidente do STF minimizou o peso que sua escolha de Moraes como relator possa ter na decisão da corte, no caso da ação da União contra a derrubada de alta do IOF (pelo fato de o colega já conduzir processos importantes no cenário político, como o inquérito das fake news e dos atos golpistas de 8 de janeiro).

“O ministro Alexandre é um dos 11 ministros do Supremo. Ele passou a ter um pouco mais de visibilidade por causa do inquérito das fake news, dos inquéritos de 8 de janeiro, mas é um ministro como todos os outros, cujo voto e cuja opinião têm o peso dos demais. É um ministro preparado e que vai conduzir isso da forma que as coisas devem ser conduzidas com seriedade e cumprindo a lei”, disse.

O tema é visto como delicado na corte. Tecnicamente, há precedentes no STF que sinalizam um caminho favorável ao governo. Há decisões de 2019, 2020 e 2023 que rejeitam a sustação de decretos por Assembleias Legislativas contra atos de governos estaduais —atendendo ao artigo 49 da Constituição, segundo o qual o Parlamento pode derrubar medidas do Executivo apenas quando elas extrapolarem limites.

Por outro lado, os ministros têm lidado com alto volume de desgastes no cenário político, com o recente julgamento do Marco Civil da Internet (por meio do qual ampliaram as obrigações das plataformas de redes sociais), o processo em curso da trama golpista de 2022 e o embate sobre os limites das emendas parlamentares.


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