Fluminense x Chelsea farão uma das semifinais do Mundial de Clubes. O Chelsea foi um pouco melhor que o Palmeiras na vitória por 2 a 1. O brasileiro João Pedro, recém-contratado pelo Chelsea, entrou no segundo tempo após chegar dois dias antes nos Estados Unidos e mostrou seu talento. Provavelmente, terá mais uma chance na seleção brasileira. Richard Rios foi novamente o melhor jogador do Palmeiras.
Fluminense e Al Hilal fizeram tudo igual. Utilizaram o mesmo esquema tático com uma linha de cinco (três zagueiros e dois alas), três no meio campo e dois no ataque, a mesma intensidade e estratégia, sem recuar nem avançar a marcação. Os dois times mostraram a mesma qualidade individual e coletiva, criaram as mesmas chances de gol, mas quem ganhou foi Fluminense por 2 a 1, nos detalhes técnicos e na explosão emocional.
Quase todos os times do mundial têm atuado com três zagueiros, o que não é habitual nas equipes brasileiras. As diferenças dos times na Copa do Mundo estão nos detalhes. O terceiro zagueiro do Real Madrid, Tchouaméni, quando o time recupera a bola, se adianta e se torna um meio-campista.
Uma equipe com três zagueiros pode ser defensiva ou ofensiva. Vai depender dos posicionamentos, da marcação mais adiantada ou mais recuada. Penso que a melhor estratégia de marcação é ainda a tradicional duas linhas de quatro, com poucos espaços entre as duas linhas. Cada defensor tem um protetor a sua frente. Muitos times jogam com uma linha de cinco atrás, mas com apenas dois ou três no meio campo para auxiliá-los. Isso facilita para o adversário trocar passes na intermediaria e chegar com a bola dominada perto da área para finalizar.
As equipes que jogam com três zagueiros e com os alas avançados, costumam deixar muitos espaços nas costas dos alas. Os zagueiros tentam sair na cobertura e, com frequência, chegam atrasados e deixam muitos espaços pelo centro.
No passado, o terceiro zagueiro jogava atrás dos outros dois para fazer a cobertura. Hoje, os três atuam em linha. É preciso separar também o zagueiro do passado que ficava atrás dos outros dois, do líbero que, além de fazer a cobertura, avançava e se tornava um meio-campista quando o time recuperava a bola. Beckenbauer foi o melhor dos líberos e um dos maiores jogadores da história.
Um dos recentes avanços do futebol é a mudança de estratégia de acordo com o adversário e, às vezes, em uma mesma partida, por situações inesperadas que acontecem e que não foram ensaiadas. Os grandes elencos e as atuais cinco substituições facilitam as trocas de jogadores e de esquemas táticos.
No Mundial de 1970, contra o Uruguai, o Brasil perdia por 1 a 0 e o meia Gérson, muito marcado individualmente, conversou com o volante Clodoaldo durante o jogo e sem falar com o técnico Zagallo, trocaram de posições. Logo após, recebi uma bola na lateral e Clodoaldo partiu em velocidade, sem marcação, para recebê-la dentro da área e fazer o gol, o que não era habitual na função de volante.
Como o futebol mudou bastante e ficou muito mais veloz, penso que os treinadores deveriam abandonar o mito de que eles são essenciais durante as partidas nas laterais do campo para falar e gritar com os jogadores. Eles deveriam assistir ao jogo de cima de onde se enxerga melhor e daí conversariam com os auxiliares no campo.