/ Jul 09, 2025

Horário de verão: ONS alerta para possível retorno – 09/07/2025 – Mercado

Lançado nesta terça-feira (9), o planejamento da operação para o sistema elétrico brasileiro para os próximos cinco anos vê degradação da capacidade de atender à demanda no horário de pico e recomenda medidas alternativas para resolver o problema.

Entre elas, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), está o retorno do horário de verão, suspenso pelo governo Jair Bolsonaro (PL), que pode se tornar “imprescindível” caso as condições de suprimento não melhorem nos próximos meses.

A preocupação com o suprimento de potência no horário de ponta vem crescendo nos últimos anos, com o aumento da oferta de energia solar, e foi reforçado no PEN (Plano da Operação Energética) para o período entre 2025 e 2029 lançado nesta terça.

O documento aponta desafios já de curto prazo para atender à demanda no início da noite. Durante o período seco de 2025, diz, todos os cenários indicam a necessidade de despacho de usinas térmicas além daquelas que não podem ser desligadas por inflexibilidade.

Uma das alternativas para enfrentar o problema, a contratação de capacidade adicional de energia de reserva seria resolvida por leilão anunciado pelo governo em 2024, mas a concorrência foi cancelada após questionamentos judiciais por parte de segmentos não atendidos pelo edital.

Sem o leilão, além do uso de térmicas, o ONS diz que os cenários indicam a necessidade de utilização da reserva operativa, um volume mínimo de energia armazenada nas hidrelétricas para controlar a frequência do sistema elétrico em caso de perda de unidades geradoras.

O operador já vem fazendo alertas sobre o problema ao CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico). Em maio, sugeriu uma série de medidas, como o horário de verão e o chamado mecanismo de resposta de demanda, que ressarce indústrias que se disponham a reduzir o consumo no horário de ponta.

Sugeriu ainda a antecipação da entrada de térmicas contratadas em 2021 com início de operações em 2026, a preservação de recursos hídricos para o período seco e a indicação de obras e ações para melhorar o suprimento no segundo semestre.

A adoção do horário de verão, diz, ainda é avaliada. “A depender das projeções de atendimento para os próximos meses, a adoção do horário de verão pode, eventualmente, ser recomendada ao CMSE como uma ação imprescindível”, afirmou, em nota.

O PEN 2025 vê a intensificação do problema no médio prazo, com o aumento da oferta de energia solar, menos controlável, e o crescimento do consumo no horário de pico. Por isso, reforça a necessidade de leilões anuais de capacidade para garantir o suprimento para garantir o equilíbrio estrutural do sistema.

E se posiciona de forma contrária a leilões de térmicas inflexíveis, como as aprovadas na lei que privatizou a Eletrobras, já que essas usinas poderiam agravar o problema de sobra de energia nos horários de maior geração solar.

“Com o crescimento das fontes intermitentes, novos desafios também surgiram para a operação”, afirmou em nota Marcio Rea, diretor geral do operador do sistema elétrico brasileiro, defendendo a contratação de energia flexível como fundamental para garantir a segurança.

“Precisamos cada vez mais de flexibilidade no sistema, com fontes de energia controláveis, que nos atendam de forma rápida para termos o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia, especialmente nos horários em que temos as chamadas rampas de carga”, disse.

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