/ Jul 12, 2025

Galípolo escreverá carta a Haddad para justificar inflação – 10/07/2025 – Mercado

O Banco Central divulgará nesta quinta-feira (10), às 18h, uma nova carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para justificar o estouro da meta de inflação –o primeiro desde que entrou em vigor o modelo de avaliação contínua.

Será o segundo documento assinado pelo presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, em apenas seis meses.

O estouro da meta foi confirmado depois que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) comunicou que a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), acumulou alta de 5,35% nos 12 meses até junho.

O alvo central perseguido pelo BC é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que a meta é considerada cumprida quando oscila entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

A nova sistemática, em vigor desde janeiro, prevê que a meta é considerada descumprida quando a inflação, medida pela variação de preços acumulada em 12 meses, fica por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância. Nesse modelo, o BC busca o alvo sem se vincular ao chamado ano-calendário, ou seja, ao período de janeiro a dezembro.

Quando a inflação fica acima ou abaixo da margem de tolerância, o chefe do BC precisa escrever uma carta ao presidente do CMN (Conselho Monetário Nacional) –cargo ocupado pelo ministro da Fazenda– explicando as razões para o descumprimento da meta e dizendo como pretende assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos.

Se a inflação não voltar ao intervalo no prazo estipulado na carta ou o BC considerar necessário atualizar o período previsto, a autarquia deverá divulgar novo documento.

Logo após assumir o cargo, em janeiro, Galípolo teve de se explicar pela inflação ter encerrado 2024 acima do limite superior da meta, ainda na gestão de seu antecessor, Roberto Campos Neto, cujo mandato terminou em 31 de dezembro.

Na primeira carta de sua autoria, o atual chefe do BC atribuiu o descumprimento da meta à força da economia brasileira, ao câmbio depreciado e a fatores climáticos, em um cenário de expectativas deterioradas.

Na véspera da confirmação do novo estouro, em audiência pública na comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Galípolo demonstrou incômodo com a situação.

“Nós todos do Copom (Comitê de Política Monetária) estamos bastante incomodados […] já tenho esse começo que me incomoda demais na minha gestão de, em seis meses, ter que escrever a segunda carta de descumprimento da meta. Eu escrevi uma em janeiro e vou ter que escrever agora provavelmente uma no mês que vem [o BC informou posteriormente que a carta será divulgada nesta quinta] por estar descumprindo a meta”, disse.

Ao todo, já foram escritas oito cartas desde a criação do sistema de metas para a inflação no Brasil, em 1999. Campos Neto, que chefiou o BC entre 2019 e 2024, descumpriu três vezes o objetivo –em 2021, 2022 e no ano passado.

Nos casos referentes aos anos de 2015, 2003, 2002 e 2001, foi excedido o limite superior da meta de inflação. O ex-presidente Ilan Goldfajn, por sua vez, teve de se justificar por ter deixado a inflação ficar ligeiramente inferior ao limite mínimo estabelecido para 2017.

Outro presidente do BC que teve de escrever duas cartas foi Henrique Meirelles –o mais longevo chefe da instituição, cujo mandato durou de janeiro de 2003 a dezembro de 2010.

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