A Scania celebra a comercialização de 1.500 caminhões movidos a gás natural em seis anos e planeja vender mais mil unidades em 2025. A projeção mostra que o interesse por esse tipo de veículo tende a acelerar devido à busca pela redução de emissões das frotas.
A aquisição mais recente foi feita pela Santos Brasil, que opera no Tecon Santos, terminal de contêineres da Baixada Santista. Foram investidos R$ 40 milhões na compra de 35 modelos P 340, número que representa a potência do motor de nove litros.
O veículo carrega oito cilindros de GNC (gás natural comprimido) e tem 78 toneladas de capacidade máxima de tração. De acordo com a fabricante, essa opção reduz em cerca de 20% as emissões de CO2 quando comparado a um modelo equivalente movido a diesel.
O abastecimento pode ser feito com gás de origem renovável, como o biometano.
A iniciativa faz parte do Plano de Transição Climática da Santos Brasil, cujas metas são reduzir em 70% as emissões diretas de gases de efeito estufa (escopos 1 e 2) e em 30% as emissões indiretas (escopo 3) até 2040.
Há outros 140 caminhões a diesel em operação na empresa, que prevê uma substituição progressiva por opções menos poluentes.
A Scania diz que os modelos movidos a GNC ficaram mais competitivos após a produção dos motores ter sido nacionalizada, em 2023. O P 340 custa aproximadamente R$ 850 mil, mesmo valor pedido pelo P 370, que é movido a diesel. Em 2020, o custo do modelo a gás era, aproximadamente, 30% maior.
Ao longo de 2025, a montadora pretende disponibilizar R$ 50 milhões em subsídios a linhas de crédito para compra de seus modelos menos poluentes. O interesse por esses produtos, contudo, ainda é travado pela preocupação com infraestrutura para abastecimento Brasil afora.
Segundo a Comgás, a oferta do combustível tem sido ampliada por meio de ações como a instalação de garagens de GNV (gás natural veicular) para atender a frotas de empresas. Em fevereiro, a companhia anunciou que Ypê, Nelcar e grupo Sada passaram a ser atendidos por essa solução.
“Ao longo de 2024, a companhia assinou seis novos contratos com transportadoras e indústrias, colaborando com a instalação de postos de GNV para suas garagens, e acresceu dez novos postos com alta vazão em pontos estratégicos para atender à crescente demanda”, diz a Comgás, em nota.
Há ainda incentivos tributários. No estado de São Paulo, a lei 18.065/2024, concede isenção de IPVA para ônibus e caminhões movidos a gás.