O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (11) que a guerra tarifária desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve acelerar o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.
“O Brasil tem uma posição privilegiada porque está aumentando exportações para três grandes blocos econômicos”, afirmou em entrevista à BandNews. “Temos acordos bilaterais com a China e o Sudeste Asiático, para onde estamos exportando muito, e o acordo de livre comércio com a União Europeia, que na minha opinião será acelerado com isso que está acontecendo. E os Estados Unidos são superavitários em relação ao Brasil, ou seja, é de pouca serventia para os Estados Unidos retaliarem o Brasil.”
Na avaliação do ministro, Trump deu um “cavalo de pau em um transatlântico” e iniciou um ciclo que ainda não terminou, mas que fica claro que a China é um alvo prioritário.
“O mundo não escapou, está tarifado, mas o conflito entre Estados Unidos e China é o tema que acabou sendo central, até porque Trump não resistiu à pressão de aliados e dos próprios empresários americanos”, disse, referindo-se à pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas decidida por Trump.
Haddad afirmou ainda que o Brasil está preparado para lidar com uma eventual crise global que venha em consequência do tarifaço, e que não vê a economia brasileira crescendo menos por causa da guerra comercial.
“Temos de US$ 75 bilhões a US$ 90 bilhões de saldo comercial, mais de US$ 300 bilhões de reservas cambiais e abrimos centenas de mercados para produtos brasileiros no governo Lula”, disse. “Temos uma situação em que não devemos nada para ninguém.”