Todo o cuidado para que Neymar reunisse as melhores condições de jogo antes de retornar ao time do Santos não deu o resultado esperado. O atacante de 33 anos voltou a sentir um problema muscular na noite de quarta-feira (16), na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético Mineiro, e se frustrou mais uma vez.
Foram apenas 32 minutos em campo até que a dor na coxa esquerda aparecesse e o jogador deixasse chorando o gramado da Vila Belmiro, ainda na etapa inicial da partida, válida pelo Campeonato Brasileiro. Mais um contratempo para o craque, que procura recuperar a forma após uma grave lesão no joelho esquerdo.
O atleta foi submetido a uma cirurgia para reconstrução do ligamento cruzado anterior e ficou afastado do esporte por um ano. Voltou em outubro, ainda pelo Al Hilal, da Arábia Saudita, porém passou a enfrentar dificuldades e conseguiu entrar em campo apenas duas vezes em 2024, em um total de 44 minutos.
Descartado pelo clube saudita, Neymar decidiu regressar ao local em que surgiu para o futebol, enxergado no Santos o cenário ideal para seu renascimento. Uma das motivações da transferência era recuperar seu espaço na seleção brasileira. Até o momento, porém, os problemas têm sido recorrentes.
O atacante fez sua reestreia na formação alvinegra no dia 5 de fevereiro, em seu aniversário. Emendou sete jogos seguidos, seis deles como titular, e deixou o duelo com o Red Bull Bragantino, pelo Campeonato Paulista, aos 31 minutos do segundo tempo, em 2 de março, segundo os médicos do clube, “por precaução”.
Na sequência, porém, naquele que seria o duelo mais importante desde seu retorno ao Brasil, o embate com o rival Corinthians pelas semifinais do Estadual, passou os 90 minutos sentado no banco. Causou má impressão o fato de que dias antes estava curtindo o Carnaval, no Rio de Janeiro, assistindo aos desfiles das escolas de samba.
Àquela altura, Neymar estava convocado para defender a seleção nas partidas contra Colômbia e Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Acabou cortado, sob a justificativa de uma lesão na coxa esquerda, e o Santos elaborou um cronograma para que fizesse uma preparação cautelosa para o Brasileiro.
Foram 42 dias sem entrar em campo até o último domingo (13), quando foi acionado no intervalo da derrota por 1 a 0 para o Fluminense, no Rio. O jogador disse ter se sentido bem e foi escalado como titular três dias depois, contra o Atlético. Aí, permaneceu no gramado por pouco mais de meia hora e pediu substituição.
O treinador já não era o português Pedro Caixinha, demitido no início da semana e substituído interinamente por César Sampaio. Na seleção, Dorival, que havia chamado Neymar antes de se ver obrigado a tirá-lo da lista, também foi dispensado. Ainda não foi definido um novo comandante para o time nacional.
Não é o cenário imaginado pelo atleta em sua apresentação com festa na Vila Belmiro, no fim de janeiro. Ele buscava uma sequência no Santos e tinha a certeza de que Dorival o aguardava com a camisa 10 amarela, porém não tem conseguido jogar e não sabe quem será o técnico do Brasil –um dos cotados é o português Jorge Jesus, que o dispensou do Al Hilal.
“Um calvário infinito”, observou o jornal italiano La Gazzetta dello Sport, um dos muitos veículos internacionais a repercutir o novo problema do jogador, que atuou nove vezes neste ano, com um total de 587 minutos em campo, segundo números do site especializado oGol. Seu contrato com o Santos vai até 30 de junho.