/ Apr 19, 2025

St Marche diz que caso Americanas foi fator de crise – 17/04/2025 – Mercado

O grupo varejista St Marche pediu à Justiça nesta quarta-feira (16) a homologação de seu plano de recuperação extrajudicial. Na petição, a companhia cita uma dívida superior a R$ 528 milhões.

Em uma recuperação extrajudicial, a empresa faz uma renegociação da dívida diretamente com um grupo de credores e pede homologação do plano na Justiça.

Dono de mais de 30 unidades espalhadas pela capital paulista, Campinas e Santos, o St Marche afirma no documento que o grupo investiu significativamente na abertura de novas unidades entre julho de 2021 e agosto de 2023, diante do crescimento do varejo alimentar e “da necessidade de atendimento à população naquele momento”, em referência à pandemia.

No entanto, a trajetória de expansão foi interrompida por fatores como a alta na taxa básica de juros, o que elevou custos relacionados a financiamentos contratados pelo grupo para a abertura de novas lojas, diz o St Marche.

“Com o aumento das taxas de juros para patamares inesperados, que atualmente devem atingir de 15% a 16% ao ano em 2025, as requerentes [grupo St Marche] passaram a arcar com custos financeiros consideravelmente mais elevados, gerando uma pressão adicional sobre sua estrutura de capital”, escrevem os advogados da rede na petição.

Eles afirmam ainda que o escândalo contábil da Americanas resultou em mudanças significativas no comportamento dos credores. “A diminuição da liquidez no mercado e os cortes nos limites de crédito, em especial das operações de risco sacado, refletiram diretamente na operação do grupo St Marche.”

A companhia diz que foi forçada a operar com nível de estoque gerencial abaixo do padrão operacional histórico e, por isso, a “indisponibilidade de produtos nas lojas de supermercado se tornou mais frequente”.

Ainda de acordo com o pedido protocolado na Justiça, a inflação de alimentos e combustíveis, combinada com a perda de poder aquisitivo da população, reduziu o volume de vendas.

O St Marche foi fundado em 2002 pelos empresários Bernardo Ouro Preto e Victor Leal. Em 2016, o fundo americano L Catterton adquiriu o controle e hoje é dono de 70% do capital da rede. Em 2021, houve uma tentativa de abrir o capital da varejista, que não foi bem-sucedida.

A rede de supermercados é voltada a clientes de alta renda de São Paulo. Segundo o pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial, feito pelo escritório TWK, a rede registrou um faturamento bruto de R$ 1,32 bilhão em 2024.

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