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Tiangong Ultra vence primeira meia maratona de robôs, em Pequim – 19/04/2025 – Mercado

Na manhã deste sábado, em Pequim, Tiangong Ultra correu 21 quilômetros em duas horas, 40 minutos e 42 segundos e, com movimentos firmes, se tornou o primeiro vencedor de uma meia maratona de robôs humanoides, contra duas dezenas de concorrentes também chineses.

Com 1m80, lançado há um ano pelo Centro de Inovação de Robôs Humanoides de Pequim, ele deixou para trás a Unitree, da Hangzhou, até então a empresa que mais chamava a atenção. Em segundo e terceiro lugares chegaram representantes da Noetix, também de Pequim, com apenas 1m20.

“Tiangong, o preto, é o melhor”, comentou Scott, 63, engenheiro eletrônico chinês que deu apenas seu apelido ocidental. “Minha impressão é que isso é tão bom. É a primeira vez que vejo um robô correr tamanha distância, por tanto tempo. Isso não é fácil por causa do golpe, pelo choque interno. E a energia que o sustenta é muito resistente.”

Ele mora em Yizhuang, a área de desenvolvimento tecnológico de Pequim onde foi realizada a corrida, e acompanhava da calçada.

Já Zhushu, 40, contou ter viajado dezenas de quilômetros com a filha de 7 anos e o filho de 10 “só para ver, pela primeira vez”, a meia maratona de robôs. “A tecnologia se torna cada vez melhor”, disse ela. “Eu acho que a China é número um. Sou tão orgulhosa do meu país, da minha China, dos meus robôs.”

Scott pensa um pouco diferente. “Não estou tão orgulhoso pela China. Do ponto de vista tecnológico ou científico, é bom para todas as pessoas, não só para a China.”

Este foi o segundo evento de impacto midiático com robôs, neste ano. O primeiro foi no Festival da Primeira, quando um grupo de humanoides da Unitree dividiu o palco com dançarinas, numa coreografia popular e tradicional da China.

“Eu acho que a maratona de robôs é mais uma vitrine”, comentou o escritor de ficção científica Liu Cixin, de “O Problema dos Três Corpos” (Companhia das Letras, 2016), falando ao canal CGTN. “Os robôs demonstram a sua capacidade de se mover de maneira estável e equilibrada enquanto correm.”

Mas “sua forma física também é prática”, acrescentou. “Por exemplo, robôs que podem auxiliar idosos ou cuidar de pacientes têm um enorme potencial de mercado. Robôs que podem realizar tarefas domésticas também são extremamente úteis. É claro que ainda não atingiram esse nível. Mas, quando alcançarem, o mercado será enorme e o impacto na vida cotidiana será profundo.”

Scott comenta estar “ansioso” pelo crescimento da performance dos robôs. “Principalmente para mim. Tenho mais de 60, então mal posso esperar para ver um robô de verdade cuidando de mim.”

Shi Dengdeng, 18, estudante, também se diz animada ao ver os humanoides. “Esta é a minha primeira competição de robôs”, contou. “É muito interessante. Embora sua velocidade seja um pouco deficiente, seu desempenho geral é muito estável.”

A meia maratona foi dividida em duas pistas paralelas, separadas por uma cerca. Uma para os humanoides e suas equipes de apoio, outra para os cerca de 12 mil corredores humanos.

O vencedor humano fez o percurso em 1 hora e dois minutos, mais de uma hora e meia antes de Tiangong Ultra. Os robôs puderam trocar de bateria durante a corrida, o que o vencedor fez três vezes.

O Centro de Inovação de Robôs Humanoides de Pequim, que criou Tiangong, é uma empresa sediada na própria área tecnológica de Yizhuang, com 43% de seu capital na mão de estatais.

A maioria, 57%, é dividida ao meio entre a UBTech, uma das principais de robótica na China, e a Xiaomi, que começou com eletrodomésticos, passou a smartphones, depois carros elétricos e agora humanoides.

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