Em sua última aparição pública, no domingo de Páscoa (20), o papa Francisco surpreendeu os fiéis e desfilou em carro aberto pela Praça de São Pedro, logo após a bênção que concedeu na varanda da basílica, no Vaticano.
O pontífice estava a bordo do Mercedes Classe G com motorização 100% elétrica, que havia sido entregue pela montadora no mês de dezembro.
Em comunicado divulgado na apresentação do SUV, a montadora alemã afirmou que o veículo estava alinhado com a encíclica Laudato Si de Francisco, na qual o papa se manifestou em favor da preservação do meio ambiente.
A base do papamóvel é o utilitário G 580 EQ. Embora a parte frontal tenha sido mantida, toda a estrutura das portas dianteiras para trás foi modificada. Transformado em uma picape, o veículo recebeu uma poltrona giratória e com regulagem de altura, de onde o pontífice podia ter contato direto com o público.
O acesso pode ser feito pela parte traseira ou por uma entrada instalada na lateral direita. Não há blindagem, e a cobertura para chuva é removível. O papa Francisco viajou a céu aberto em seu último desfile público.
De acordo com a Mercedes, o veículo original tem autonomia estimada em 385 quilômetros e 587 cv de potência. A montadora não divulgou se o conjunto mecânico foi mantido no papamóvel elétrico, mas afirmou, em nota, que o veículo é “adaptado a velocidades particularmente baixas exigidas para aparições públicas”.
Há saída de refrigeração e aquecimento direcionada para o assento do pontífice. O automóvel é pintado de branco por dentro e por fora, à exceção do carpete vermelho instalado na parte traseira.
A relação da montadora com o Vaticano remonta a 1930, quando o sedã Nürburg 460 Pullman foi entregue ao Papa Pio XI. Desde então, a empresa desenvolveu diferentes carrocerias customizadas.
A primeira opção blindada foi também um jipe Classe G, adaptado em 1981. O modelo recebeu a proteção balística após o atentado sofrido por João Paulo 2º.
Em 13 de maio de 1981, o então pontífice foi baleado diante de 10 mil fiéis, na Basílica de São Pedro. O autor do crime era o jovem turco Mehmet Ali Agca. João Paulo 2º o perdoou ainda no leito do hospital, e o visitou na prisão em 28 de dezembro de 1983.
O papa Francisco, contudo, preferia modelos mais espartanos e que permitissem proximidade com os fiéis. Em 2013, na visita ao Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude, desfilou a bordo de uma minivan Fiat Idea com as janelas abertas.