/ Apr 27, 2025

Muros tarifários não detêm a maré da globalização – 26/04/2025 – Mercado

2 de abril será lembrado pelo mundo. Nessa data, os Estados Unidos anunciaram tarifas recíprocas, desencadeando turbulência global. Os três principais índices do mercado acionário americano caíram, e o valor de mercado das “sete gigantes” evaporou quase US$ 700 bilhões (R$ 4 trilhões) em uma noite. Instituições como JPMorgan e Goldman Sachs alertaram que as tarifas agravarão a inflação nos EUA, e a Universidade Yale estimou que as famílias americanas perderão, em média, US$ 4.400 (R$ 25 mil).

A ex-secretária do Tesouro, Janet Yellen, descreveu a guerra tarifária como “automutilação econômica”, afirmando que o governo norte-americano ilude-se ao tentar atrair a indústria de volta com tarifas. O FMI revisou para baixo a expectativa de crescimento global em 2025 para 2,8%. Já o Instituto Brasileiro de Economia Aplicada prevê que as tarifas reduzirão o PIB brasileiro em 0,26% em 2025, com exportações de aço caindo 11,27% — um prejuízo de US$ 1,5 bilhão (R$ 8,5 bilhões) apenas nesse setor.

Ao colocar interesses próprios acima dos coletivos, os EUA ignoram o sistema multilateral de comércio e regras estabelecidas, bem como seu histórico de lucrar massivamente com o comércio internacional. Ao impor tarifas indiscriminadas até a aliados, agem contra a globalização, sabotando o sistema comercial global. Isso não resolverá problemas internos, mas gerará mais caos. Diante da chantagem tarifária americana, a China adotou contramedidas firmes, não apenas para defender seus direitos, mas para proteger interesses globais e evitar um retrocesso à lei do selva.

Por um lado, a China tem solidez para resistir. Sua economia é estável, diversificada e resiliente: o PIB atingiu 134,9 trilhões de yuans em 2024 (crescimento de 5%), com alta de 5,4% no primeiro trimestre de 2025. O país possui um sistema industrial completo, único no mundo a abranger todas as categorias da ONU (Organização das Nações Unidas). Seu mercado de 1,4 bilhão de habitantes oferece amortecimento contra choques externos. Após oito anos de guerra comercial com os EUA, o comércio exterior chinês saltou de 30 para 43 trilhões de yuans, com parceiros mais diversificados e dependência dos EUA caindo para 14,7%.

Por outro lado, o America First criará um EUA isolado. Pressões coercitivas fracassam no mundo atual: Canadá, UE (União Europeia), Brasil e outros já reagiram, enquanto protestos explodem nos EUA. O Financial Times alerta que, ao se opor à maioria dos países pró-livre comércio, o resultado não será “desglobalização”, mas “desamericanização”. Ex-conselheiro econômico de Barack Obama, Jason Furman, vê nas tarifas um marco do declínio dos EUA como centro comercial global.

Guerras comerciais não têm vencedores; o protecionismo é um beco sem saída. Acreditamos que muros tarifários não conterão a maré da globalização. Opor-se ao mundo leva ao isolamento. Após três semanas, os EUA sinalizam querer negociar, mas mantêm pressão máxima, com tarifas de até 245% contra a China. A resposta chinesa é clara: “Se quiserem lutar, lutaremos; se quiserem dialogar, a porta está aberta”. A China, junto ao Brasil e outros países do Sul Global, defende o multilateralismo verdadeiro —”aperto de mãos, não punhos”; “derrubar muros, não erguê-los”; “conectar, não desacoplar”— promovendo uma globalização aberta, inclusiva e justa, em defesa da ordem internacional.

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