/ Apr 29, 2025

Eletrobras deve aprovar acordo com mais poder ao governo – 28/04/2025 – Mercado

Apuração entre os acionistas da Eletrobras que já votaram a distância para assembleia agendada para nesta terça-feira (29) indica aprovação do acordo com o governo para aumentar a presença da União no conselho da ex-estatal.

A conturbada disputa pelas demais cadeiras do colegiado, porém, permanece aberta: os candidatos recomendados pela administração da companhia largam na frente, mas os eleitos só serão conhecidos após a apuração dos votos presenciais desta terça.

Essa é a assembleia de acionistas mais controversa desde a privatização da Eletrobras pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Além do acordo com o governo, que recua em um dos pilares da privatização, há uma barulhenta disputa entre investidores privados pelo conselho.

O mapa dos votos à distância divulgado nesta segunda-feira (28) indica que detentores de 785 milhões do 1,044 bilhão de ações aptas a votar já indicaram seus votos. Deste total, investidores com 622 milhões de ações decidiram pela aprovação do acordo.

Foram contra a proposta investidores com apenas 930 mil ações. Outro grupo, que tem 163 milhões de ações, se absteve ou votou em branco. Assim, mesmo que as cerca de 260 milhões de ações restantes sejam destinadas a votos contrários, a aprovação segue vencendo.

As regras permitem que investidores presentes na assembleia alterem seus votos, mas a grande margem pela aprovação demandaria um movimento intenso de acionistas nesse sentido. Na empresa, a avaliação é de que isso não ocorrerá.

O acordo, formalizado em março após mediação do STF (Supremo Tribunal Federal), garante à União três vagas no conselho de administração da ex-estatal, que será desobrigada de investir na conclusão da usina nuclear Angra 3.

A retomada de influência na gestão da maior empresa de energia do país é uma das bandeiras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o início da gestão, sob o argumento de que o governo tem 42% do capital mas pouco poder de decisão.

Para os três assentos no conselho, a União indicou Silas Rondeau, Maurício Tolmasquim e Nelson Hubner, todos com passagens por posições relevantes no setor elétrico durante os mandatos presidenciais do PT.

Os outros acionistas disputarão sete vagas restantes, pela primeira vez com nomes divergentes após a privatização. São 11 candidatos às vagas, 7 sugeridos pela empresa e 4 correndo por fora, com apoio de investidores privados.

O mapa dos votos já depositados mostra vantagem da lista recomendada pela administração da empresa: quatro deles têm 93 milhões de ações; os outros dois, 66 milhões e 54 milhões. O candidato de fora da lista com mais ações a seu favor é Marcelo Gasparino, que tem 40 milhões.

Gasparino é conselheiro da Eletrobras e iniciou um embate com a gestão da empresa após ficar fora da lista recomendada. Vem fazendo campanha por redes sociais e já foi advertido pela empresa três vezes por supostas condutas que violariam a Lei das SA e regras internas.

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