A participação da iniciativa privada na gestão do saneamento básico atingiu 1.748 cidades —31,4% do país, após o leilão para concessão do serviço de água e esgoto de 98 municípios do Pará, que aconteceu no mês passado, em meio à preparação do estado para a COP30.
Com isso, aumentou de 466% para 500,7% a presença das empresas no setor desde julho de 2020, quando foi sancionada a lei que instituiu o novo marco do saneamento. Os dados são da Abcon Sindcon, associação das operadoras privadas de saneamento.
Segundo a entidade, nos últimos cinco anos, as empresas contrataram um total de R$ 176,3 bilhões em investimentos espalhados por 20 estados, um recorde para o setor.
Somente no Pará, a Aegea, que arrematou três dos quatro blocos ofertados, investirá R$ 15,2 bilhões para promover a universalização do acesso a água tratada e coleta de esgoto nas áreas urbanas dos municípios. O quarto bloco ofertado, que englobava 27 cidades, não atraiu o interesse de nenhuma empresa, por isso segue na gestão pública.
“A média histórica de investimento no setor tem girado em torno de R$ 20 bilhões ao ano, portanto o setor atingiu um resultado significativo até aqui. Mas precisamos acelerar ainda mais essa média para alcançarmos a meta de universalização dos serviços até 2033, conforme determina o marco legal”, diz Christianne Dias, diretora-executiva da Abcon Sindcon.
A universalização do saneamento básico no Brasil, que prevê que 99% da população tenha acesso a água tratada e 90% seja atendida com esgotamento sanitário, demanda um investimento total de R$ 893 bilhões, segundo estimativa da KMPG.
Após o Pará, outro grande leilão do setor que está previsto é o da PPP (Parceria Público-Privada) de esgotamento da Cesan. O certame acontecerá em 17 de junho, na B3, em São Paulo, para o atendimento de mais de 40 municípios do Espírito Santo.
Com Stéfanie Rigamonti