/ May 02, 2025

Apple vende menos na China e alerta para tarifas de Trump – 01/05/2025 – Tec

A Apple reportou vendas piores do que o esperado na China e alertou que as tarifas aumentarão os custos neste trimestre, um sinal de que as tensões geopolíticas estão tendo um impacto crescente na empresa mais valiosa do mundo.

A Apple espera um aumento de custos de US$ 900 milhões devido às tarifas no período atual, informou a empresa durante uma teleconferência para discutir os resultados trimestrais. A receita aumentará em uma porcentagem de baixo a médio dígito único no trimestre, acrescentou a Apple. Analistas estimaram 5% em média.

As vendas da China, enquanto isso, caíram 2,3% para US$ 16 bilhões no segundo trimestre fiscal, encerrado em 29 de março. Analistas haviam previsto US$ 16,83 bilhões.

Essa queda é um sinal preocupante para o que já foi um mercado em crescimento. A Apple perdeu espaço para marcas locais de telefones, como Huawei, Xiaomi e Oppo, e o governo chinês proibiu tecnologia estrangeira em alguns locais de trabalho. A produção centrada na China também torna a Apple especialmente vulnerável às tarifas anunciadas pela administração Trump.

A Apple também está enfrentando dificuldades com inteligência artificial, especialmente na China, onde sua plataforma de IA ainda não está disponível. E a empresa é cada vez mais vista como ultrapassada pelos consumidores chineses, onde concorrentes lançaram dispositivos dobráveis e outros novos designs.

As ações da Apple caíram mais de 3% nas negociações após o fechamento do mercado, após a divulgação dos resultados. Elas já haviam caído 15% este ano até o fechamento desta quinta-feira (1º).

Como parte do relatório trimestral, a empresa anunciou planos para aumentar seu programa de recompra de ações em US$ 100 bilhões e elevar o dividendo trimestral em 4%, para US$ 0,26 por ação.

As vendas gerais cresceram 5%, atingindo US$ 95,4 bilhões, acima da estimativa média de 94,6 bilhões. A Apple havia projetado um crescimento percentual de baixo a médio dígito único. Os lucros foram de US$ 1,65 por ação no segundo trimestre, em comparação com uma estimativa média de US$ 1,62.

A Apple vendeu US$ 46,8 bilhões em iPhones no período, superando as estimativas de US$ 45,9 bilhões. Ainda assim, isso representa um aumento de menos de 2% em relação aos US$ 46 bilhões do mesmo trimestre do ano anterior e se compara com US$ 51,3 bilhões no mesmo período de dois anos atrás.

Os últimos iPhones top de linha não são marcadamente diferentes dos modelos anteriores e oferecem basicamente os mesmos recursos de IA que o iPhone 15 Pro de 2023. Isso deu aos consumidores menos motivos para fazer upgrade.

A empresa lançou o iPhone 16e durante o trimestre, substituindo seu modelo SE de entrada de US$ 429. O preço de US$ 599 dólares desse telefone é mais alto que as ofertas dos concorrentes —algo que pode ter desencorajado alguns compradores. Ainda este ano, a empresa está planejando atualizações mais significativas para o iPhone, incluindo um design mais fino.

A empresa tem enfrentado uma série de desafios —além das tarifas iminentes. A Apple está correndo para alcançar seus concorrentes em inteligência artificial, o que a forçou a reorganizar sua gestão nas últimas semanas. Também está sob crescente pressão regulatória na UE e em seu país de origem. Na quarta (30), um juiz federal exigiu que a empresa abrisse sua App Store para opções de pagamento de terceiros e parasse de cobrar comissões sobre compras externas.

Os Serviços, que incluem a App Store e o Apple TV+, cresceram 12%, atingindo US$ 26,7 bilhões no último trimestre —em linha com as estimativas. No entanto, esse negócio está ameaçado em algumas áreas. A decisão desta semana sobre a App Store deve prejudicar a receita da plataforma. E o governo dos EUA está tentando acabar com o lucrativo acordo de busca da Apple com o Google.

A empresa não forneceu orientações sobre o crescimento futuro de serviços devido à incerteza. O CEO Tim Cook, falando na teleconferência, também disse que não havia nada a anunciar sobre aumentos de preços.

A divisão Mac, que lançou novos modelos de MacBook Air e Mac Studio durante o trimestre, gerou US$ 7,95 bilhões em receita. Isso superou as estimativas de quase 7,8 bilhões.

O iPad respondeu por vendas de US$ 6,4 bilhões, superando as projeções de cerca de US$ 6,1 bilhões. Em março, a empresa lançou um iPad de entrada atualizado, bem como modelos de iPad Air com processadores M3 mais rápidos. Ela planeja introduzir um novo iPad Pro com chip M5 já no final deste ano, segundo informou a Bloomberg News.

A categoria de Wearables, Casa e Acessórios da empresa, que tem enfrentado dificuldades nos últimos trimestres, gerou US$ 7,52 bilhões em vendas. Isso ficou abaixo da estimativa média de US$ 8,05 bilhões.

As tarifas continuam sendo uma das maiores incógnitas. Embora a Apple provavelmente evite a tarifa de 145% sobre produtos chineses originalmente proposta pela administração, novas tarifas sobre eletrônicos ainda estão por vir. A turbulência ameaça desestabilizar a cadeia de suprimentos da empresa e potencialmente forçá-la a aumentar os preços. A Apple já está buscando fabricar mais iPhones destinados aos EUA na Índia em vez da China.

Destacando essa preocupação, a Apple citou “disputas comerciais e outras disputas internacionais” na lista de riscos e incertezas em seu relatório trimestral.

Mas a empresa sediada em Cupertino, Califórnia, obteve um impulso das ameaças tarifárias no trimestre atual: clientes lotaram as lojas de varejo da Apple para comprar novos iPhones e outros produtos por medo de que aumentos de preços estivessem a caminho.

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