/ May 06, 2025

Dólar e Bolsa hoje (6); acompanhe as cotações – 06/05/2025 – Mercado

O dólar abriu com leve alta nesta terça-feira (6), com investidores à espera de possíveis acordos comerciais entre Estados Unidos e parceiros e atentos a decisões do Banco Central e Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA).

Às 9h03, o dólar subia 0,16%, a R$ 5,6995. Nesta segunda-feira (5), a moeda americana fechou a sessão desta uma forte alta de 0,62%, cotado a R$ 5,689, com investidores repercutindo dados que indicam que a economia dos EUA segue forte e estável apesar das incertezas geradas pelas tarifas do presidente Donald Trump.

Já a Bolsa encerrou com queda de 1,21%, aos 133.491 pontos, tendo como principal impulsionador notícias de que a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo, que inclui aliados com a Rússia) vai acelerar os aumentos na produção de petróleo, o que fez as ações da Petrobras despencarem, puxando o índice da B3 para baixo. Os papeis da da PETR3 e da PETR4 fecharam com recuo de 2,78% e 3,47%, respectivamente.

Tanto a divisa americana quanto a Bolsa haviam iniciado a sessão perto da estabilidade, indicando a cautela e a expectativa dos investidores pela “superquarta”, quando o Fed (Federal Reserve, o BC americano), o Banco da Inglaterra e o Banco Central do Brasil.

No entanto, os movimentos de alta do dólar e queda da Bolsa se intensificaram a partir do noticiário que foi se mostrando ao longo da sessão.

Na cena internacional, os investidores ponderavam pela manhã as últimas notícias sobre a guerra tarifária desencadeada por Trump. No domingo, o presidente dos EUA anunciou uma tarifa de 100% sobre os filmes produzidos fora dos EUA por se tratar de “ameaças à segurança”, mas ofereceu pouca clareza sobre como as taxas serão implementadas. Ações da Netflix, Amazon e Walt Disney caíam nesta segunda.

“Esse é um esforço conjunto de outras nações e, portanto, uma ameaça à segurança nacional. Além de tudo o mais, trata-se de mensagens e propaganda”, disse Trump no Truth Social. “Queremos filmes produzidos na américa, de novo!”

Ainda no domingo, a bordo do Air Force One, Trump disse que os EUA estão se reunindo com muitos países, incluindo a China, para tratar de acordos comerciais, e que sua principal prioridade com a China é garantir um acordo comercial justo.

Questionado se algum acordo será anunciado nesta semana, Trump disse que pode “muito bem acontecer”, mas não deu detalhes.

Em relação ao Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no domingo que conversou com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sobre a política tarifária norte-americana, apontando que os dois países estão negociando os “termos de um entendimento” em relação à questão.

“O mais importante nesse momento é dizer que nós estamos em uma mesa negociando os termos de um entendimento. Eu acredito que a postura do secretário foi bastante frutífera e demonstrou uma abertura para o diálogo bastante importante”, disse o ministro em visita a Los Angeles, nos Estados Unidos, para tratar sobre investimentos em data centers.

Diante das tarifas sobre filmes estrangeiros, os principais índices americanos caíram. O S&P 500 encerrou em queda e interrompeu sua mais longa sequência de ganhos em 20 anos.

Após o otimismo desencadeado na semana passada, o viés negativo de Wall Street reacendeu preocupações sobre os efeitos de uma guerra comercial global, o que contaminou as movimentações do Ibovespa aqui no Brasil.

Também contribuiu para o recuo do principal índice da Bolsa brasileira a notícia de que a Opep+ vai acelerar os aumentos na produção de petróleo e poderá trazer de volta ao mercado até 2,2 milhões de barris por dia até novembro. Essa decisão pesou sobre as ações da Petrobras e também deu suporte para avanço do dólar ante o real.

“O principal fator que desencadeia a queda da Bolsa hoje é a redução no preço do petróleo, causada pela decisão da Opep+ de aumentar a produção de barris em resposta às tarifas. Isso impacta diretamente as ações da Petrobras, que têm grande peso no índice da Bolsa, contribuindo para a queda do mercado”, disse Ian Lopes, economista da Valor Investimentos.

Segundo Gustavo Trotta, especialista da Valor Investimentos, além da desvalorização do petróleo, há também um fator interno. A Petrobras reduzirá a partir de terça-feira seu preço médio de venda de diesel para as distribuidoras em 4,7%, para R$ 3,27 por litro, menor patamar nominal desde agosto de 2023.

“Embora essa redução seja menor que a diferença de cerca de 9% entre os preços internos e internacionais, ela impacta diretamente as receitas da empresa, refletindo na queda do valor das ações de segunda”, afirma Trotta.

Os mercados também digeriam a notícia de que o Fed deve manter inalterada a taxa de juros nos EUA em meio às tarifas de Trump, o que lança uma sombra de incerteza sobre as perspectivas econômicas. O Fed tem mantido a taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,50% desde dezembro.

As autoridades do Fed preveem que as tarifas irão aumentar tanto a inflação quanto o desemprego, embora não se saiba ao certo em que grau e por quanto tempo.

Dados econômicos disponíveis até o momento não sugerem que a economia esteja desmoronando. Pelo contrário, dados divulgados na sexta, reforçados por dados desta segunda, mostraram que o mercado de trabalho do país continua estável, afastando algumas preocupações de recessão após o tarifaço global de Trump.

Pela manhã, o Instituto de Gestão de Fornecimento informou que o PMI (Índice de Gerentes de Compras) do setor de serviços dos EUA aumentou de 50,8 em março para 51,6 em abril. Economistas consultados pela Reuters previam queda para 50,2.

Uma leitura do PMI acima de 50 indica crescimento no setor de serviços, que responde por mais de dois terços da economia norte-americana. O instituto associa uma leitura acima de 49 ao longo do tempo com o crescimento da economia como um todo.

“Qualquer tipo de dado que vem do setor de emprego e folha de pagamento dos Estados Unidos é super importante. Se os dados viessem muito fraco, o cenário poderia se complicar, porque poderia se confirmar um desaquecimento, desemprego em alta e ao mesmo tempo os preços subindo, algo que não é muito comum de se ver”, disse Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos.

A semana estará cheia de decisões de bancos centrais pelo mundo sobre taxas de juros. O destaque será o anúncio do Fed na quarta-feira, com a expectativa de que manterá a taxa de juros inalterada. O Banco da Inglaterra, por sua vez, divulgará sua decisão na quinta-feira.

O foco dos investidores estará principalmente na forma como as autoridades desses bancos centrais veem os impactos das incertezas comerciais no crescimento econômico e na inflação.

Por aqui, o Copom (Comitê de Política Monetária) publicará sua decisão na quarta, tendo já anunciado anteriormente que deve elevar a taxa Selic, agora em 14,25% ao ano, em uma magnitude menor que os aumentos anteriores recentes de 1 ponto percentual.

Operadores estão projetando 68% de chance de o Copom elevar a Selic em 0,5 ponto, com 32% das apostas apontando para uma alta menor, de 0,25 ponto.

“A escalada das tensões comerciais globais… introduziu novas incertezas ao panorama internacional. Para o Brasil, contudo, os efeitos esperados são de natureza desinflacionária, embora ainda persistam algumas dúvidas”, disseram analistas do BTG Pactual em relatório.

Economistas consultados pelo BC (Banco Central) reduziram pela primeira vez no ano a previsão da taxa básica de juros (Selic) em 2025.

A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 14,75%, na primeira queda depois de 16 semanas com a expectativa de 15%. Para 2026, a previsão é de que a taxa atinja 12,5% (é a 14ª semana com a projeção).

As estimativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e dólar também foram diminuídas, enquanto a do PIB (Produto Interno Bruto) foi mantida para este ano, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (5) pelo BC.

O levantamento também projetou nova queda para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que deve ter 5,53% ao fim deste ano.

No câmbio, houve também uma queda na expectativa para o preço do dólar no final de 2025 em R$ 5,86.

Além disso, uma análise gráfica do BB apontou para um Ibovespa em queda, com os ativos domésticos atentos ao cenário internacional enquanto investidores monitoram as negociações tarifárias do governo Trump e os dados de atividade nos EUA.

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