/ May 12, 2025

Selic em 14,75% está quase no teto do atual ciclo de alta – 07/05/2025 – Mercado

A alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, que chegou a 14,75% ao ano nesta quarta-feira (7), já era esperada pelos economistas e analistas de mercado, que dizem que na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em junho, deve haver, no máximo, uma elevação de 0,25 ponto.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o dilema da política econômica atual é que o Copom tem jogados os juros para o alto para tentar conter a inflação, mas o governo “vai no sentido contrário” e estimula o consumo, principalmente com medidas microeconômicas, como o programa Pé-de-Meia, o crédito consignado com garantia do FGTS e a possível expansão da isenção de Imposto de Renda.

Essas políticas “jogam mais demanda na economia, o que dificulta o trabalho do Banco Central”. Por isso, ele diz, na próxima reunião do Copom, em junho, deve haver uma nova alta, mas essa de 0,25 ponto percentual.

A taxa deve ser estabilizar em 15% e começar a cair no fim do ano, mas não de forma consistente, diz Vale. O nível de juros só deve mudar de patamar muito para a frente, em 2027, porque o ano que vem, quando haverá eleições, será atípico.

Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, também afirma que pode haver uma alta de 0,25 ponto na taxa na próxima reunião do Copom.

Para Moreira, além de juros reais altos, outros fatores dão algum alívio na inflação: a queda do dólar e a cotação relativamente baixa do petróleo nos últimos meses.

A ajuda de fatores externos e uma taxa de juros real acima de 9% devem fazer com que em cerca de seis meses os juros comecem a cair, se não houver nenhuma alteração na política fiscal até o fim do ano, afirma.

Já Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, diz que pelo comunicado da decisão do Copom, a alta desta quarta-feira deverá ser a última desse ciclo de elevações.

No comunicado, o colegiado do BC não deu pistas sobre os próximos passos e falou em flexibilidade e cautela. “O cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, afirmou.

“Ele fala da política fiscal e cenário internacional como motivos de incerteza, e em um cenário de incertezas o Banco Central é mais cauteloso. Nesse momento, cautela é não fazer nada”, diz Agostini.

O analista também cita que a previsão do próprio Banco Central para a inflação em 18 meses é de 3,6%, próxima da meta.

A redação do comunicado permite que o Copom tanto suba os juros como os mantenha no mesmo patamar na próxima reunião, diz André Muller, economista-chefe da AZ Quest.

“A gente está perto do final (do ciclo de alta de juros), mas ele manteve a porta aberta para tomar qualquer decisão”, afirma.

Ele aponta que, no comunicado, o comitê afirmou que há uma desaceleração incipiente, e que o texto deve ser visto como um “elemento para reforçar a credibilidade do Banco Central”.

“Hoje há menos dúvida de que a política de juros vai ser efetiva para desaquecer a economia e, em um segundo momento, reduzir a inflação, coisas que há cerca de quatro meses ainda eram incertas”, afirma.

Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital, afirma em nota que o comunicado era aguardado até porque a decisão em si já era dada como certa pelo mercado. Ele também diz que considerar importante o fato de ter sido uma decisão unânime.

A Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) publicou uma nota na qual diz que a elevação da taxa Selic “restringirá investimentos e a competitividade e elevará os custos de produção”.

Na nota, Flávio Roscoe, presidente da entidade, afirma que “os efeitos defasados das medidas já adotadas e o atual nível significativamente contracionista da taxa de juros, para evitar impactos desproporcionais sobre a atividade econômica e o mercado de trabalho”.

Notícias Recentes

Travel News

Lifestyle News

Fashion News

Copyright 2025 Expressa Noticias – Todos os direitos reservados.