/ May 09, 2025

Brasil exporta 498% a mais de carne para EUA – 08/05/2025 – Vaivém

A preocupação inicial do setor de carne bovina brasileiro em relação à tarifa de 10% imposta pelos Estados Unidos sobre essa proteína se desfez. O temor vinha porque o produto brasileiro já tinha uma taxa alfandegária de 26,4%. Em abril, o Brasil colocou 498% mais carne bovina no mercado americano do que no mesmo mês de 2024. Em relação a março, a alta foi de 14%.

Com isso, os Estados Unidos vêm se confirmando como o segundo maior mercado para a carne bovina brasileira. De janeiro a abril, os brasileiros venderam 136 mil toneladas para os americanos, elevando a participação dos Estados Unidos para 14% das vendas externas nacionais. Em dólares, o valor foi a US$ 748 milhões, 16% das receitas totais recebidas pelo Brasil no período.

O grande mercado do Brasil é a China, que importou 392 mil toneladas da proteína neste ano, ficando com 42% das exportações totais que o Brasil fez no primeiro quadrimestre de 2024. Com essas compras, os chineses deixaram US$ 1,9 bilhão no mercado brasileiro neste ano.

Conforme números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) e da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), as exportações brasileiras mantêm um ritmo acima das expectativas que parte do setor tinha para esse mercado. Saíram pelos portos brasileiros 950 mil toneladas do produto neste ano, 14% a mais do que de janeiro a abril de 2024. As receitas atingiram US$ 4,55 bilhões, com aumento de 24% no período.

Roberto Perosa, presidente da Abiec, diz que essas exportações recordes estão em sintonia com o principal mercado brasileiro, que é o interno. As vendas externas se concentram em partes do dianteiro do boi e de miúdos, produtos menos aceitos pelos brasileiros. O bom desempenho externo dá maior liquidez ao setor, o que permite uma contenção das altas internas, na avaliação do presidente da entidade.

Perosa não acredita em aumentos de preços na carne bovina, devido à guerra de tarifas entre as duas potências econômicas mundiais. Os Estados Unidos exportam um volume pequeno para a China, em relação ao Brasil, e cortes diferentes dos nacionais. A fatia americana deverá ser ocupada pelos australianos.

Há um teto para aumentos, diz o presidente da entidade, e eles virão de forma natural, principalmente por causa da inflação. Ele acredita em uma estabilização dos preços, tanto internos como externos, devido à capacidade de produção e de oferta do Brasil. Não há desabastecimento, afirma.

Para aumentar ainda mais a presença no mercado chinês, o principal do país, a Abiec promoverá vários eventos nos próximos dias na China. Além de inaugurar um escritório em Pequim, em conjunto com a ABPA (associação que cuida das carnes de frango e suína), a entidade vai, pela primeira vez, mostrar o produto brasileiro em duas cidades do interior do país.

Segundo Perosa, o objetivo é mostrar como os chineses, mesmo seguindo os padrões alimentares de consumo deles, poderão utilizar a carne brasileira. Os exportadores brasileiros querem montar uma rede de distribuição com distribuidores regionais e atacadistas em várias províncias.


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