Os principais grupos de ensino superior privado se uniram em torno de Janguiê Diniz, fundador do grupo Ser Educacional, para tentar uma guinada. Desde o governo Bolsonaro, os cinco maiores do setor na Bolsa —Cogna, Ânima, Yduqs, Cruzeiro e Ser— já perderam R$ 5 bilhões em valor de mercado.
Levantamento feito pela consultoria Elos Ayta mostra que Yduqs e Ser foram as mais afetadas. Ambas perderam R$ 2 bilhões e R$ 476 milhões, respectivamente, desde 2021 até maio deste ano.
Juntas, essas companhias querem defender seus interesses junto ao governo federal como a regulamentação do ensino à distância e o financiamento estudantil.
Janguiê Diniz presidirá a ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), que concentra grupos responsáveis por mais de 80% das matrículas.
“As instituições privadas não precisam pedir licença para defender seus interesses”, disse Diniz em seu discurso de posse. “Vamos aonde for preciso: ao Congresso, ao MEC, ao Judiciário —com dados, propostas e disposição para o diálogo. Mas também com firmeza para reagir quando o setor for atacado injustamente.”
O setor, antes fragmentado, enfrenta pressão financeira. As redes reclamam, por exemplo, da demora do Ministério da Educação em apresentar as regras do EAD (Ensino à Distância), um dos modelos que vem garantindo reforço nas margens de lucro das companhias.
O governo federal promete há quase um ano a entrega de um novo marco regulatório para esses cursos que permitem aos grupos atrair alunos com mensalidades bem mais em conta do que as de cursos presenciais.
Para boa parte das universidades, esse modelo é visto como uma tábua de salvação, diante da pressão de custos e redução de matrículas devido à falta de financiamento estudantil.
Com Diego Felix
