A JBS cogita disputar um dos mais aguardados leilões portuários do país, o do terminal de contêineres Tecon-10, previsto para o fim deste ano. O grupo dos irmãos Batista tem planos de se transformar em um grande operador portuário.
Os estudos que balizarão as regras do certame foram concluídos pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) e prevê, segundo relatos, restrições à participação de grupos que já operam no porto —forma de evitar a concentração nas mãos dos estrangeiros.
Há um grupo na Casa Civil que acha a medida uma interferência excessiva da Antaq na definição da política pública. Para eles, o certame deveria ter a maior disputa possível, inclusive com as empresas que já atuam em Santos.
Na diretoria da Antaq, no entanto, prevalece a tendência de impor restrições aos três operadores em Santos: Brasil Terminais Portuários, uma joint-venture entre APM (ligada à Maersk) e TIL (ligada à MSC), Santos Brasil (CMA Cgm) e DPW (Dubai Ports).
A expectativa do governo é que o documento, ainda sigiloso, seja julgado pela diretoria da agência na próxima semana.
Interessados
Caso a decisão do colegiado seja essa, aumentam as chances de um competidor como a JBS levar o Tecon–10, último terminal público disponível no porto de Santos. Há, segundo técnicos do governo, outros interessados de peso interessados como BTG, Pátria e CSN.
Contudo, os Batista são os que demonstram maior interesse ao governo. O grupo já deu os primeiros passos nesse segmento ao assumir a concessão do porto de Itaguaí (RJ), um negócio que se mostrou promissor.
Para eles, um terminal próprio ajuda nas suas exportações, mas também permite ingressar com mais força na operação portuária.
Consultada, JBS não quis se manifestar sobre o interesse no Tecon-10. A Antaq afirmou que os estudos são sigilosos e, por isso, não comentar a medida em andamento.
Com Diego Felix