As farmacêuticas nacionais, que lideram vendas em volume no país, reclamam de um impasse na precificação de produtos farmacêuticos com inovação incremental, algo que trava investimentos de R$ 5,2 bilhões relacionados a 105 projetos ligados a melhorias de medicamentos existentes.
A inovação incremental é aquela que se utiliza de fármacos já existentes, promovendo melhorias na absorção por meio de tecnologias como a nanotecnologia, além de novas associações e formulações.
Hoje, pela regra da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), os preços desse tipo de medicamento seguem os mesmos critérios dos produtos que são meras cópias.
Segundo a Alanac, no caso de medicamentos com nanotecnologia, como possuem doses muito menores, os preços autorizados também são menores, desconsiderando benefícios como melhoria na eficácia e redução de efeitos colaterais.
“Este modelo desestimula novos projetos. A indústria farmacêutica nacional precisa da inovação incremental para avançar na inovação de base”, diz Henrique Tada, presidente executivo da Alanac (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais).
Um dos exemplos dessa situação é a caneta de injeção de adrenalina. O produto, muito comum em outros países para ser usado diretamente pelo paciente em casos de reações alérgicas graves, como alimentos ou picadas de insetos, nunca foi lançado no Brasil, pois o preço sequer cobre os custos de produção.
Com Diego Felix