O Valencia publicou uma nota intitulada “Em defesa da nossa torcida” na qual demonstra sua insatisfação com o documentário “Baila, Vini”, lançado na semana passada pela Netflix. No texto, o clube espanhol diz que mandou à plataforma uma mensagem por escrito e ameaça ações judiciais.

A produção audiovisual aborda a carreira do atacante brasileiro Vinicius Junior, do Real Madrid. Uma parte do filme é dedicada aos episódios de racismo vividos pelo jogador no estádio Mestalla, em Valência, onde foi xingado repetidas vezes por torcedores do Valencia.

“Diante da injustiça e das falsidades cometidas contra a torcida do Valencia CF, o clube exigiu por escrito uma retificação imediata à produtora do documentário ‘Baila, Vini’ por sua retratação do ocorrido no Mestalla, que não corresponde à realidade. A verdade e o respeito à nossa torcida devem prevalecer. O Valencia CF se reserva o direito de tomar as devidas medidas legais”, diz a nota.

O jogador de 24 anos sofreu uma série de insultos racistas ao longo de sua carreira e passou a denunciá-los, como fez no Mestalla. Na visão do jogador, a luta contra a discriminação o fez perder a disputa da Bola de Ouro de 2024, entregue pela revista France Football ao espanhol Rodri, do Manchester City.

Na semana passada, cinco torcedores de outro clube, o Real Valladolid, foram condenados pela Justiça espanhola a um ano de prisão por insultos racistas contra Vinicius. O caso se deu durante uma partida do Campeonato Espanhol na temporada 2022/23, no estádio José Zorrilla, em Valladolid.

De acordo com as conclusões do Ministério Público, os xingamentos dirigidos ao atleta tinham “a clara intenção de humilhar e ferir a dignidade do jogador por óbvias razões racistas”. Essas conclusões –e também uma multa de 1.620 euros (R$ 10,3 mil) para cada um– devem ser ratificadas pelo Tribunal de Valladolid nesta quarta (21).

Logo após o episódio, em dezembro de 2022, Vinicius escreveu: “Os racistas continuam indo aos estádios e assistindo ao maior clube do mundo de perto, e LaLiga [entidade que organiza o Campeonato Espanhol] continua sem fazer nada. Continuarei de cabeça erguida e comemorando as minhas vitórias e as do Madrid. No final, a culpa é minha”.