/ May 21, 2025

Argentina: Milei elogia sonegador e critica contribuintes – 20/05/2025 – Mercado

Com um discurso que vai contra os interesses do próprio governo, o presidente Javier Milei causou polêmica ao elogiar sonegadores e criticar contribuintes durante uma entrevista. Ele disse que aqueles que conseguem evitar o pagamento de impostos são astutos e chamou o termo “contribuinte” de “ofensivo”.

O argentino conversava na segunda-feira (19) com o jornalista Antonio Laje, no programa de TV “Otra Mañana”, do canal A24, quando sugeriu que aqueles que pagam seus impostos não tiveram a capacidade de fugir do sistema e afirmou que não o governo não tem intenção de recompensá-los por isso.

“Talvez eles não tenham talento ou coragem para sair do sistema”, disse Milei ao mencionar que se mais pessoas tivessem sonegado impostos, os políticos poderiam ter parado de roubar.

Milei concluiu dizendo que não pode punir aqueles que conseguiram contornar o sistema tributário, já que seu sucesso deve ser visto como uma habilidade, não um erro.

“Sinto muito por aquele que não pôde escapar, mas o outro [em relação ao sonegador] não fez nada de errado. É uma declaração de inveja. Aquele que conseguiu escapar, ótimo, não posso puni-lo porque ele conseguiu fugir do ladrão [o Estado]”, disse o presidente.

“Eu tenho de recompensar aquele que ficou na prisão porque há alguém que conseguiu sair do cárcere que os políticos nos impõem? Talvez ele não tivesse talento ou coragem para sair do sistema. Se todos tivessem conseguido fazer a mesma coisa, talvez os políticos tivessem parado de nos roubar.”

O presidente também comparou os sonegadores a cubanos que fogem do regime castrista para os Estados Unidos, livrando-se de um Estado opressor.

Milei defendia um projeto do governo que irá permitir a entrada no sistema bancário de dólares que os argentinos têm “no colchão” (sem declarar) e afirmou que não se importa com a origem desses fundos.

Ele disse que os argentinos que mantêm dólares fora do sistema o fazem para escapar de impostos e do controle estatal.

O novo mecanismo, que o governo promete anunciar nos próximos dias, não deve exigir questionamentos sobre a origem dos dólares, o que os críticos apontam que pode dar margem para que o dinheiro vindo de atividades criminosas seja legalizado.

Milei rebateu as críticas, dizendo que questões econômicas devem ser tratadas economicamente, não por um ponto de vista legal.

O presidente afirmou que o anúncio foi adiado devido à necessidade de resolver questões legais, e não por razões eleitorais, como havia sido apontado pela oposição —no último domingo, a cidade de Buenos Aires escolheu deputados locais, e o candidato de Milei terminou em primeiro lugar.

Ele disse que o governo está trabalhando em colaboração com várias instituições para preparar o anúncio. Eles estimam que haja entre US$ 200 bilhões e US$ 400 bilhões escondidos fora do sistema e dizem acreditar que esse capital pode impulsionar a economia.

Milei enfatizou que não tem intenção de apressar esse anúncio, pois quer que ele seja irreversível e efetivo.

Nesta terça-feira (20), o presidente voltou a defender as reformas que seu governo tem feito, dizendo se considerar o presidente mais reformista desde o peronista Carlos Menem (1989-1999).

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