/ May 28, 2025

Quem compra ou pretende comprar imóvel no Brasil? – 25/05/2025 – De Grão em Grão

Uma nova fotografia do mercado imobiliário acaba de ser revelada. A pesquisa Raio-X FipeZAP, divulgada em 13 de maio, mostra algumas mudanças de padrão no comportamento de quem compra imóvel no Brasil e joga luz sobre o que, de fato, motiva ou afasta o comprador. O levantamento expõe curiosidades sobre idade, renda, objetivos, negociação e preferências. O que emerge é um retrato mais sóbrio, em que o sonho da casa própria continua vivo, mas mais calculado.

O principal motivo da compra, é claro, continua para uso próprio. Embora estes representem 85% dos que pretendem comprar, esse número caiu. O percentual é o menor desde 2019, quando bateu a mínima de 83% na última década. A aquisição como investimento, portanto, representa quase a maior proporção (15%) da série iniciada em 2014. E, entre esses investidores, a motivação predominante é a geração de renda com aluguel, não mais a aposta na valorização e revenda.

Embora a intenção de investir esteja crescendo entre aqueles que pretendem comprar, dos que realmente compraram nos últimos 12 meses, a proporção dos que fizeram com esse objetivo caiu para a mínima de 33% na última década. Talvez o sonho esbarre no preço.

O comportamento do comprador também mudou na hora de negociar. A percepção de que os imóveis estão caros permanece dominante: 73% disseram que os preços estão altos ou muito altos. Resultado: 66% das transações foram fechadas com desconto, com reduções médias próximas de 10% sobre o valor pedido. Ainda assim, a expectativa de valorização para os próximos 12 meses é modesta: 3,2% nominais.

Outro dado que chama a atenção: morar com alguém virou o padrão. Entre os que compraram, 62% afirmaram esse objetivo. Entre os que vão comprar, são 73%. Mostra que os jovens solteiros estão preferindo adiar a aquisição e começando com o aluguel. Embora o desejo de adquirir o imóvel continue alto, a realização efetiva acontece em faixas mais elevadas de renda e idade.

E, de fato, a idade média dos compradores está acima dos 50 anos. No último ano, 67% dos que compraram estavam nessa faixa, o que indica que muitos brasileiros só conseguem realizar esse objetivo em fases mais maduras da vida. O jovem comprador existe, mas tem sido exceção, não regra.

A preferência pelo imóvel usado também é contundente. Entre os que compraram no último ano, 75% optaram por usados, um dos maiores percentuais da série histórica. Mesmo entre os que ainda vão comprar, 92% aceitam imóvel usado ou são indiferentes quanto a isso. O novo perdeu espaço não por ser menos desejado, mas porque o custo-benefício, hoje, talvez pese mais.

O retrato que surge é o de um mercado que não esfriou, mas amadureceu. O jovem casal que antes buscava o primeiro apartamento recém-casado agora espera um pouco mais —talvez por estabilidade no emprego, por prioridade em outras metas, ou para encontrar algo com mais sentido do que impulso. Comprar imóvel virou decisão estratégica.

O mercado segue pulsando. Mas o impulso deu lugar ao planejamento. O discurso da valorização acelerada cedeu espaço à ideia de uso. O imóvel continua sendo um sonho. Só que agora é um sonho que precisa caber no plano de vida, no orçamento e, principalmente, na realidade.


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