A concessão de novos empréstimos consignados para trabalhadores do setor privado disparou em abril e chegou a quase R$ 5,6 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (29).
No mês anterior, foram liberados R$ 2,25 bilhões nessa modalidade de crédito. A alta mensal de 148,7% foi impulsionada pela nova linha de consignado para trabalhadores com carteira assinada lançada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no fim de março.
O novo modelo acaba com a necessidade de convênio entre empresa e banco para que o profissional possa aderir ao crédito consignado. Nessa modalidade, o trabalhador poderá comprometer até 35% de seu rendimento mensal com o consignado CLT, incluindo salário-base, benefícios, abonos, comissões, gratificações e outros adicionais.
O desconto das parcelas é feito diretamente na folha de pagamento, o que traz menos risco de calote para a instituição bancária. Se o trabalhador mudar de emprego, o desconto em folha para quitar as parcelas será feito no novo salário.
A expectativa é de que a modalidade ganhe um impulso ainda maior agora que os grandes bancos também passaram a ofertar a modalidade de crédito em suas próprias plataformas.
Desde o dia 25 de abril, o trabalhador que já tem empréstimo com desconto em folha pode pedir migração do contrato existente para o novo modelo. Começou a valer também, no último dia 16, a portabilidade de dívidas entre bancos no novo consignado.
Trabalhadores com dívida no antigo consignado privado ou no CDC (Crédito Direto ao Consumidor), com juros mais altos, podem levar o empréstimo para a instituição que oferecer melhores condições de crédito. Mas, só a partir de 6 de junho, todas operações poderão ser feitas pela Carteira de Trabalho Digital.
Segundo o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, entre 60% e 70% dos créditos concedidos aos trabalhadores são usados para renegociação de dívidas. “O fato de que esse crédito pode ser quitado por um período mais longo faz com que as parcelas estejam caindo em até um terço para o consumidor”, disse em abril.
No fim de abril, o ministro Luiz Marinho (Trabalho) afirmou em entrevista que o programa concedeu R$ 8,9 bilhões em empréstimos para trabalhadores em pouco mais de um mês de operações.