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Restituição Imposto de Renda: Cai percentual de quem ganha – 02/06/2025 – Mercado

O percentual de contribuintes com restituição do Imposto de Renda em 2025 é o menor nos últimos quatro anos. Segundo a Receita Federal, quase 24,5 milhões tiveram imposto retido a mais do que deveriam no ano e terão a devolução desta quantia.

O número representa 56,5% das 43.344.108 declarações entregues até a última sexta-feira (30), quando acabou o prazo para envio sem pagamento de multa. Desde 2021, quando 55,8% receberam restituição, o percentual não era tão baixo.

No ano passado, 59,9% (o equivalente a 27,85 milhões) tiveram devolução de imposto entre os 46,49 milhões que declararam. Em 2023, o percentual foi maior ainda, com 60,4%, o que correspondeu a 27,23 milhões. Já em 2022, a restituição foi dada a 56,7% do total, cerca de 22,36 milhões.

Já o percentual de contribuintes que terá de pagar imposto ao fisco aumentou em 2025, com 22,2%. Nos anos anteriores, o percentual foi de 21% (em 2024), 20,1% (em 2023), 20,3% (em 2022) e 20% (em 2021).









Ano Declarações enviadas Receberam restituição Pagaram imposto Sem imposto e restituição
2025 43.344.108 56,5% 22,2% 21,2%
2024 46.494.549 59,9% 21% 19%
2023 45.096.801 60,4% 20,1% 19,5%
2022 39.440.220 56,7% 20,3% 23%
2021 34.230.179 55,8% 20% 24,2%

Fonte: Receita Federal

Na última sexta-feira (30), a Receita pagou o primeiro lote de restituição, com um valor recorde, de R$ 11 bilhões.

Ainda haverá mais quatro lotes, entre junho e setembro, com pagamento no último dia útil de cada mês. O próximo deve ter a consulta liberada por volta de 23 de junho, e o valor será depositado no dia 30.

O especialista em Imposto de Renda da IOB Valdir Amorim elenca uma série de fatores que podem ter contribuído para a queda no percentual dos que têm restituição. “Essa pergunta tem todos os anos e não há um só fator. Uma variável importante para essa redução é o valor total de dedução informado na declaração, que pode ter diminuído.”

O especialista cita dois exemplos relacionados à dedução. “Você pode ter um dependente que deixou de ser dependente em 2024, aí não haverá essa dedução. Se você mudou para um plano de saúde mais em conta, a dedução também é menor”, afirma Amorim.

O contribuinte pode deduzir gastos com saúde, educação, dependentes, previdência privada, doações e uso do livro-caixa. A pessoa que não incluiu esses gastos, mas tem comprovantes que justifiquem esses valores, pode enviar uma declaração retificadora à Receita, mas ela só terá um aumento na restituição ou uma redução no imposto a ser pago se houve a opção de tributação por deduções legais. A alternativa por desconto simplificado não inclui essas deduções no cálculo e não é possível mudar a tributação escolhida após o dia 30 de junho.

Uma mudança na legislação também pode ter influenciado a queda de pessoas com restituição. Em 2023, o governo criou um desconto-padrão de R$ 528 por mês ao atualizar a tabela de isenção de Imposto de Renda para R$ 2.112. A meta foi permitir que quem ganha até dois salários mínimos não pague o tributo. Foi o primeiro reajuste na tabela desde 2015, que estava congelada em R$ 1.903,98.

A escolha da tributação é feita pela empresa, que fica responsável por recolher o Imposto de Renda e a quantia já fica retida na fonte. “A empresa analisa se adota o desconto-padrão ou os descontos previstos por lei. Ela escolhe o mais vantajoso para o empregado. O programa da folha de pagamento já faz o cálculo e o desconto é retido na fonte”, comenta Amorim.

A situação pode causar a diminuição no imposto retido na fonte, o que reduz a restituição se não houve alteração na base de cálculo.

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