/ Jun 06, 2025

Dólar cai e se aproxima de mínima em 3 anos – 02/06/2025 – Mercado

O dólar caiu para perto da mínima de três anos e os títulos do Tesouro dos EUA sofreram pressão nesta segunda-feira (2), à medida que dados fracos da indústria americana e alertas crescentes sobre a sustentabilidade da dívida pública do país abalaram a confiança dos investidores.

A moeda americana recuou 0,6% em relação a uma cesta de seus principais parceiros comerciais, aproximando-se do nível mais baixo desde a ofensiva tarifária do presidente Donald Trump no que chamou de “dia da libertação”, em abril.

O índice S&P 500 também recuou após uma pesquisa do Instituto de Gestão de Suprimentos (ISM, na sigla em inglês) indicar um enfraquecimento na atividade industrial: o indicador caiu para 48,5 em maio, abaixo da marca de 50 que separa expansão de contração. O índice acionário chegou a recuperar parte das perdas e operava em queda de 0,1% por volta do meio-dia em Nova York.

Gordon Shannon, gestor da TwentyFour Asset Management, afirmou que os dados do ISM dão um “sinal do impacto da incerteza tarifária sobre o crescimento dos EUA”.

Já Francesco Pesole, estrategista cambial do ING, disse que a pesquisa adiciona pressão sobre um dólar “que já vinha enfraquecido”, agravada pela baixa demanda por títulos e pelas tensões comerciais.

O rendimento dos títulos de 30 anos do Tesouro dos EUA subiu 0,05 ponto percentual, para 4,98%, com a queda dos preços dos papéis, no primeiro pregão após o secretário do Tesouro, Scott Bessent, tentar acalmar os mercados, afirmando que o país “nunca vai dar calote” —em meio a crescentes alertas sobre a sustentabilidade da dívida.

Na sexta-feira (30), o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, havia alertado que o mercado de títulos norte-americano poderia “ceder” sob o peso crescente da dívida do governo.

O resultado do ISM foi mais fraco que o do mês anterior e marcou a quarta queda consecutiva do índice —mais um sinal de que a guerra comercial imprevisível conduzida por Trump está afetando a maior economia do mundo. Nos últimos dias, EUA e China trocaram acusações mútuas de violar a trégua comercial.

A pesquisa também mostrou atrasos crescentes nas entregas: o subíndice de tempo de entrega dos fornecedores atingiu o maior patamar desde junho de 2022.

“A confusão nas políticas comerciais está tornando praticamente impossível para os gerentes de suprimentos obterem mercadorias com eficiência”, afirmou Joe Brusuelas, economista-chefe da consultoria RSM US.

“Isso me diz que podemos enfrentar gargalos na produção, levando a escassez de produtos.”

As importações também registraram forte queda, e os produtores reduziram os estoques acumulados ao longo de meses em antecipação às novas tarifas comerciais.

Economistas alertaram que esse esvaziamento dos estoques oferece apenas uma proteção temporária frente aos custos crescentes de importação. “Esse adiantamento só dura até certo ponto”, afirmou Veronica Clark, economista do Citi.

Os preços dos metais nos EUA também subiram nesta segunda-feira após o anúncio de Trump, na sexta, de que o país vai impor uma tarifa de 50% sobre importações de aço e alumínio — o dobro da taxa aplicada por sua administração em março. As novas tarifas entram em vigor em 4 de junho.

Os prêmios regionais para entrega de alumínio no Meio-Oeste dos EUA dispararam 54%. Já os contratos futuros de aço negociados na Comex tiveram reação mais moderada, com alta de 14% no pregão. As ações das siderúrgicas americanas Nucor e Steel Dynamics subiram 8% e 9%, respectivamente.

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