/ Jun 04, 2025

China acusa os EUA de violarem trégua comercial – 02/06/2025 – Mercado

A China acusou os Estados Unidos de “violar seriamente” uma trégua comercial entre as duas potências e prometeu tomar medidas firmes para defender seus interesses, à medida que as tensões foram reacendidas sobre o fornecimento de minerais críticos.

Nesta segunda-feira (2), o Ministério do Comércio da China afirmou ter cumprido o acordo e acusou Washington de adotar “uma série de medidas discriminatórias e restritivas” nas últimas semanas, que teriam minado o consenso de Genebra e prejudicado os “direitos e interesses legítimos da China”.

Na sexta-feira (30), o presidente Donald Trump afirmou que Pequim havia “violado totalmente” o acordo, à medida que autoridades americanas demonstravam crescente frustração com o ritmo lento das exportações de terras raras da China desde o acordo de 12 de maio.

China e EUA chegaram a um acordo durante conversas em Genebra, no início de maio, que previa uma redução temporária das tarifas retaliatórias —que haviam atingido até 145%— e que, segundo Washington, permitiria a retomada do fluxo de terras raras e ímãs relacionados para os EUA.

“Se os EUA insistirem em seguir seu próprio caminho e continuarem a prejudicar os interesses da China, a China continuará a tomar medidas firmes e resolutas para salvaguardar seus direitos legítimos”, disse o ministério.

Entre as ações dos EUA citadas na declaração estavam advertências contra o uso de chips da Huawei no mundo todo, a suspensão da venda de softwares de design de chips para empresas chinesas e o cancelamento de vistos para estudantes chineses.

As autoridades dos EUA, por sua vez, acreditavam que o acordo de 12 de maio revertesse as restrições de exportação de terras raras que Pequim havia anunciado no início de abril, e se mostravam cada vez mais frustradas com a lentidão na concessão de autorizações.

Fontes com conhecimento do assunto disseram que os EUA levantaram a questão várias vezes com autoridades chinesas desde o acordo de Genebra, alertando Pequim de que o tema era de extrema prioridade em Washington, com Trump acompanhando de perto.

Isso levou a China a acelerar a emissão de licenças para alguns embarques de terras raras destinadas aos EUA, segundo uma pessoa familiarizada com o pensamento do governo chinês, que atribuiu os atrasos a questões burocráticas. Essa mesma pessoa disse acreditar que a liberação dessas licenças evitou um colapso completo na trégua comercial.

Embora a China tenha aprovado quase uma dúzia de embarques de terras raras para os EUA, dezenas de outras solicitações estavam em compasso de espera, segundo uma fonte próxima ao governo americano.

“O fato de estarem retendo alguns dos produtos que concordaram em liberar no acordo —talvez seja uma falha no sistema chinês, talvez seja intencional— vamos saber depois que o presidente conversar com o líder do partido”, disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em entrevista à CBS no domingo.

“O que a China está fazendo é reter produtos que são essenciais para as cadeias industriais da Índia, da Europa, e isso não é o comportamento de um parceiro confiável”, afirmou.

Ainda assim, Bessent disse estar confiante de que Trump e Xi seriam capazes de resolver as divergências sobre as terras raras em uma próxima ligação telefônica, que, segundo alguns funcionários da Casa Branca, poderia ocorrer nesta semana.

O Ministério das Relações Exteriores da China não respondeu imediatamente às perguntas sobre uma possível chamada. Autoridades americanas já mencionaram diversas vezes uma ligação entre Trump e Xi, sem que ela se concretizasse.

Michael Hart, presidente da AmCham China, observou que, embora os pedidos de exportação de terras raras por empresas americanas estejam avançando lentamente, fornecedores chineses receberam aprovação na semana passada para enviar materiais a várias montadoras americanas.

“É um novo processo que a China está tentando implementar”, disse. “O que ouvimos é que há apenas um punhado de funcionários analisando milhares de pedidos”.

O aumento das tensões entre EUA e China derrubou os mercados asiáticos. O índice Hang Seng de Hong Kong caiu 0,8%, enquanto o Nikkei 225 do Japão recuou 1,3%. O renminbi offshore enfraqueceu 0,1%, para 7,21 por dólar. As bolsas da China continental estavam fechadas devido a um feriado nacional.

Com colaboração de Arjun Neil Alim

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