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Dólar e Bolsa hoje (2); acompanhe as cotações – 02/06/2025 – Mercado

O dólar abriu recuando nesta segunda-feira (2), devolvendo ganhos recentes, com os investidores reagindo às novas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto aguardam comentários de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos), e de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central.

Às 9h05, o dólar caía 0,32%, a R$ 5,702. Na sexta (30), o presidente dos EUA afirmou que planeja aumentar as tarifas sobre importações estrangeiras de aço para 50%, intensificando a pressão sobre os produtores globais de aço e prometendo aprofundar sua guerra comercial.

No mesmo dia, o dólar fechou em forte alta de 0,93%, a R$ 5,720, e a Bolsa caiu 1,08%, a 137.026 pontos.

“A valorização do dólar refletiu uma combinação de fatores externos e domésticos. A moeda se fortaleceu diante das emergentes, puxada pela queda de commodities como o minério de ferro e o petróleo, além do ajuste técnico em torno do fechamento Ptax no Brasil”, diz João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos.

A Ptax, calculada pelo BC (Banco Central) com base no mercado à vista, serve de referência para a liquidação de contratos futuros e costuma gerar volatilidade nas negociações, conforme os investidores tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições.

No cenário externo, os olhos estiveram voltados à inflação dos EUA medida pelo PCE (índice de preços de consumo pessoal, na sigla em inglês). O indicador favorito do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) para balizar as decisões de política monetária subiu 0,1% na base mensal em abril, ante estabilidade no mês anterior.

No acumulado de 12 meses, o indicador desacelerou para 2,1%, de um ganho de 2,3% março. Os números vieram praticamente em linha com o esperado.

Com os dados desta sexta, o mercado mantém as apostas de que o primeiro corte na taxa de juros —hoje na faixa de 4,25% e 4,5%– ocorrerá em setembro. “Os rendimentos dos títulos ligados ao Tesouro dos EUA voltaram a subir, sinalizando que o mercado ainda aposta em juros elevados nos Estados Unidos por mais tempo”, comenta Duarte.

As previsões levam em conta, também, os efeitos da política tarifária sobre a economia. Nesta sexta, Trump acusou os chineses de violarem a trégua estabelecida no meio do mês. “Eu fiz um acordo rápido com a China para salvá-los do que eu achava que seria uma situação muito ruim, e eu não queria ver isso acontecer”, publicou o presidente na plataforma Truth Social.

“A China, talvez não surpreendentemente para alguns, violou totalmente seu acordo conosco. Adeus ao papel de bonzinho!” Trump não deu detalhes de como essa violação ocorreu.

Os comentários sugerem que as tensões voltaram a escalar entre as duas potências econômicas, após um lento progresso nas negociações de longo prazo. Há duas semanas, China e EUA chegaram a um acordo em Genebra que reduzia temporariamente as tarifas retaliatórias, que haviam subido para até 145%.

O tarifaço anunciado no mês passado foi posto à prova nesta semana, depois que um tribunal comercial dos EUA decidiu que o presidente não tinha poderes legais para impor as taxas.

No entanto, um tribunal superior suspendeu a decisão na quinta, e a Casa Branca, em paralelo, busca recurso. A batalha judicial aumenta a incerteza em torno das negociações dos EUA com a China e outros parceiros comerciais importantes.

“Há uma leitura de que a Casa Branca está determinada a aplicar essas tarifas, então mesmo que a ordem judicial sobreviva a todos os recursos no futuro, há uma percepção de que a Casa Branca utilizaria outros mecanismos legais para aplicar essas taxas”, diz Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.

“O questionamento jurídico das tarifas e a dificuldade de negociação com a China trazem maior aversão ao risco global.”

Já na cena doméstica, os dados do PIB foram destaque. Puxada pela recuperação da safra agrícola, a economia brasileira acelerou o ritmo de crescimento para 1,4% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com os três meses finais de 2024, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado ficou próximo da mediana das expectativas do mercado financeiro, que era de 1,5%, de acordo com a agência Bloomberg. O intervalo das previsões ia de 0,9% a 1,9%.

A alta de 1,4% é a maior desde o segundo trimestre de 2024, quando o avanço foi de 1,5%, conforme dados revisados nesta sexta pelo IBGE. Considerando apenas o período de janeiro a março, a nova taxa repete o crescimento do início de 2023 (1,4%).

A agropecuária cresceu 12,2% ante o quarto trimestre de 2024. Enquanto isso, o setor de serviços teve variação positiva de 0,3%, e a indústria ficou praticamente estável, com leve recuo de 0,1%.

O salto da agropecuária veio no embalo da recuperação da safra de grãos, cujo efeito no PIB fica mais concentrado no início do ano. As projeções indicam produção recorde no campo em 2025.

Para Rafael Perez, economista da Suno Research, o quadro aponta para uma economia que deverá crescer menos nos próximos trimestres, apesar da leitura forte nos três primeiros meses do ano.

“O aperto monetário deve ser sentido com mais força ao longo do ano e as incertezas fiscais, conjuntamente com as turbulências no cenário externo, devem pesar negativamente sobre a atividade”, afirma.

“Ainda assim, a combinação entre um mercado de trabalho sólido e os estímulos ao consumo e ao crédito por parte do governo devem amenizar os efeitos da política monetária, contribuindo para atenuar uma queda mais forte do PIB ao longo do ano.”

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