O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, conversaram nesta quinta-feira (5), segundo a mídia estatal chinesa, em meio a tensões comerciais que têm abalado as relações entre as duas maiores economias do mundo.
A ligação telefônica entre os líderes marcou o primeiro contato formal conhecido desde que Trump assumiu o cargo em seu segundo mandato. A última conversa conhecida entre Trump e Xi ocorreu em janeiro, antes da posse do presidente americano.
A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário. Os futuros de ações dos EUA saltaram para a máxima da sessão após a ligação ser noticiada pela Xinhua.
As relações entre os dois rivais se deterioraram nas últimas semanas, com ambos os lados acusando o outro de violar uma trégua comercial que reduziu tarifas de patamares massivos. Com o novo conflito ameaçando a frágil distensão, analistas de mercado estavam esperançosos de que a conversa pavimentasse o caminho para uma saída comercial.
Terras raras emergiram nos últimos dias como um ponto crítico. Os EUA acusaram a China de voltar atrás na promessa de relaxar os controles de exportação sobre esses metais necessários para a eletrônica de ponta. Pequim tem se frustrado com as novas restrições americanas sobre a venda de software de design de chips e planos para começar a revogar vistos para estudantes chineses.
Trump há muito tempo afirma que conversas diretas com Xi eram a única maneira de resolver as diferenças entre as nações, mas o líder chinês tem sido relutante em falar ao telefone com seu homólogo americano — preferindo que assessores negociem questões-chave.
Controles de exportação e ações dos EUA sobre vistos estudantis e restrições tecnológicas provavelmente serão centrais para futuras negociações. Os chefes de comércio dos EUA e da China concordaram em Genebra apenas no mês passado em reduzir tarifas por 90 dias, enquanto trabalhavam em direção a um acordo mais amplo.
A história sugere que qualquer acordo final pode demorar muito tempo. Em 2018, durante o primeiro mandato de Trump como presidente, os dois lados concordaram em colocar sua disputa “em espera” após uma rodada de negociações, mas os EUA logo recuaram desse acordo, levando a mais de 18 meses de tarifas e conversas adicionais antes da assinatura do acordo “Fase Um” em janeiro de 2020.
Um objetivo para a China desta vez será buscar alívio dos controles de exportação dos EUA sobre chips de ponta vitais para o avanço da IA e militar. Isso provavelmente será um ponto de discórdia em Washington, com democratas e republicanos em rara concordância de que Pequim representa uma ameaça à segurança nacional.
Além das tensões nas relações econômicas, as fricções geopolíticas também estão crescendo. Funcionários do Ministério das Relações Exteriores protestaram este mês contra a afirmação do Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, em uma reunião de chefes militares em Singapura, de que a China representa uma ameaça iminente a Taiwan, uma ilha autogovernada reivindicada por Pequim.