O Ministério da Saúde aprovou projeto liderado pela Bionovis em parceria com a Bahiafarma para a produção nacional do medicamento eculizumabe, usado no tratamento da HPN (Hemoglobinúria Paroxística Noturna). O investimento estimado é de R$ 1 bilhão.
A HPN é uma doença rara e grave que destrói glóbulos vermelhos do sangue, aumentando as chances de trombose. Desde 2019, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece tratamento a pacientes da enfermidade. Mas o país ainda depende da importação do medicamento, o que é mais oneroso aos cofres públicos.
Em 2023, o Brasil gastou mais de R$ 1 bilhão com o eculizumabe, segundo a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac). A entidade projeta que a produção nacional do medicamento, com transferência de tecnologia, deve gerar uma economia superior a R$ 6 bilhões em dez anos.
“Com essa parceria, vamos internalizar tecnologia de ponta, capacitar profissionais e fomentar a inovação no setor farmacêutico”, diz Odnir Finotti, CEO da Bionovis.
A planta biotecnológica que produzirá o medicamento no Brasil tem prazo de até dez anos para ser estruturado, com início imediato após a assinatura do Termo de Compromisso.
A novidade integra duas portarias assinadas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na semana passada, que autorizam 29 projetos para ampliar a capacidade de produção local de medicamentos e o desenvolvimento de novas tecnologias para vacinas, testes, equipamentos médicos e saúde digital.
Segundo a Alanac, políticas públicas como essa são essenciais para garantir o desenvolvimento sustentável do setor farmacêutico nacional.
Com Stéfanie Rigamonti